Governo muda plano de pedágios e promete tarifas mais baixas

O governador Eduardo Leite anunciou a revisão do projeto de concessão das rodovias estaduais, com a garantia de redução no valor das tarifas de pedágio. A principal mudança é a adoção de uma parceria público-privada (PPP) no bloco 2, que inclui trechos no Vale do Taquari, Serra e Centro do Estado.

O anúncio foi feito durante a inauguração do Cristo Protetor de Encantado, no último domingo. A decisão ocorreu após o governo receber 390 sugestões durante o período de consulta pública.

“O valor da tarifa será menor do que o apresentado, isso posso afirmar”, disse Leite.

O modelo de pedágio será o free flow, em que o usuário paga por quilômetro rodado. Os valores anteriores variavam de R$ 2,08 a R$ 5,66 a cada 20 quilômetros.

Investimentos previstos

Com a mudança, o governo prevê R$ 6,7 bilhões em investimentos, sendo R$ 4,5 bilhões nos primeiros 10 anos. Entre as ações previstas estão:

• Duplicação de 244 km de rodovias

• Implantação de 103 km de terceiras faixas

• Obras de drenagem e elevação de pontes

• Monitoramento por câmeras e atendimento aos usuários

O Fundo de Reconstrução do RS (Funrigs) será utilizado para injetar R$ 1,3 bilhão no projeto, valor que será repassado à empresa vencedora do leilão conforme o andamento das obras.

Leilão adiado para outubro

O secretário de Reconstrução, Pedro Cappelupi, afirmou que o leilão foi adiado para outubro para dar tempo às empresas interessadas analisarem a proposta.

“Depois da enchente, fizemos novas vistorias e vimos que era necessário reforçar a infraestrutura para garantir a resiliência das rodovias”, explicou o secretário.

Rodovias contempladas

O bloco 2 da concessão contempla trechos estratégicos que conectam diferentes regiões do Estado:

• RS-135 (Erechim–Passo Fundo)

• RS-324 (Passo Fundo–Casca)

• RS-470 (Casca–Nova Prata)

• RS-129 e RS-130 (Casca–Lajeado)

• RS-453 (Lajeado–Venâncio Aires e Estrela–Garibaldi)

• RS-126 (Fazenda Vilanova–Teutônia)

O projeto substituirá as sete praças de pedágio previstas anteriormente por 54 pórticos eletrônicos, distribuídos ao longo dos trechos.

O governo também está em negociação com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para garantir a sustentação financeira da PPP.

“Se não houver pedágio, não haverá investimento”, afirmou Leite.

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