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Idosa de Porto Alegre perde R$ 26 mil após estelionatário se passar por Elon Musk

Polícia Civil emite alerta sobre aumento de casos em que criminosos exploram idosos em busca de afeto nas redes sociais

Uma aposentada de 70 anos, moradora de Porto Alegre, perdeu R$ 26 mil após cair em um golpe conhecido como “golpe do amor”. O estelionatário se passou pelo empresário Elon Musk, dono de empresas como Tesla, SpaceX e da rede social X, e mantinha contato com a vítima pelas redes sociais e aplicativos de mensagens.

O caso começou no início do ano, quando a idosa passou a interagir com um perfil falso de Musk na rede Thread. A conta exibia fotos do bilionário e oferecia links para continuar a conversa em outros aplicativos. O contato foi mantido pelo WhatsApp, por meio de números dos Estados Unidos.

Nas mensagens, o criminoso enviava fotos e vídeos do empresário em eventos públicos, simulando uma rotina de compromissos internacionais. Em determinado momento, disse que enviaria um presente à vítima, mas solicitou o pagamento de taxas alfandegárias. Em ligações, chegou a se passar por funcionário de uma transportadora para cobrar valores adicionais.

Os depósitos, feitos em diferentes momentos, totalizaram R$ 26 mil, parte das economias da aposentada. O suposto presente nunca chegou.

“Era convincente”, diz vítima

Segundo a vítima, que pediu para não ser identificada, o criminoso mantinha um discurso convincente. “Ele mandava fotos da família, do filho, dizia que estava sempre em reuniões. Falou até que ia me dar milhões e um carro Tesla. Mas nunca aceitei. Era convincente”, relatou.

Ela disse ainda que aceitou conversar por se sentir sozinha após a perda de pessoas próximas. “Eu queria um amigo, não estava interessada nas coisas dele. Parece uma hipnose o que fazem. Me pergunto: como fui no banco e entreguei esse dinheiro?”, desabafou.

Casos semelhantes

A Polícia Civil confirma que golpes semelhantes têm aumentado no Estado, principalmente contra idosos. Em Lajeado, em 2024, uma mulher de 60 anos perdeu R$ 6 mil em um caso semelhante.

Segundo a delegada Ana Caruso, da Delegacia de Proteção ao Idoso, os criminosos aproveitam a vulnerabilidade emocional das vítimas. “Os idosos são mais suscetíveis quando sofrem de solidão e buscam afeto. O golpista explora esse sentimento, mantendo contato apenas pela internet e sempre encontrando desculpas para não aparecer fisicamente”, explicou.

Além da versão virtual, há registros de golpes presenciais, em que cuidadores seduzem idosos e se apropriam de bens. Em alguns casos, isso chega a resultar em contratos de união estável, dificultando a atuação das famílias.

A recomendação da polícia é de desconfiar de relacionamentos iniciados na internet que envolvam pedidos de dinheiro ou favores financeiros.

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