Justiça mantém prisão de professora que agrediu criança com livros em escola de Caxias do Sul
Defesa tenta apresentar laudo psiquiátrico; menino de 4 anos perdeu um dente e está em recuperação com restrições alimentares

A Justiça do Rio Grande do Sul negou o pedido de liberdade para a professora Leonice Batista dos Santos, de 49 anos, presa após agredir um aluno de 4 anos com uma pilha de livros dentro de uma escola particular em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. A defesa busca agora apresentar um laudo psiquiátrico da investigada.
Câmeras desmentiram versão
A agressão ocorreu na última segunda-feira (18), na Escola Infantil Xodó da Vovó, que atende cerca de 90 crianças. A educadora afirmou inicialmente que o menino havia se machucado ao cair no banheiro, mas imagens de câmeras de segurança mostraram o contrário: ela aparece gritando com o aluno e o atingindo na cabeça com os livros.
Com o impacto, o menino perdeu um dente e teve outros cinco comprometidos. Ele precisou iniciar tratamento odontológico e está se alimentando apenas com comidas pastosas ou líquidos, segundo relato dos pais. A mãe afirma que a recuperação tem sido lenta, enquanto o pai descreve o episódio como um “trauma para sempre”.
Defesa insiste em liberdade
A professora foi presa na sexta-feira (22), em Palmeira das Missões, onde estava após o ocorrido. Ela preferiu ficar em silêncio durante o interrogatório. Após audiência de custódia, a prisão preventiva foi mantida. O habeas corpus solicitado pela defesa foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça na segunda-feira (25).
O advogado Henrique Bischoff Hartmann alega que não há motivos para a prisão preventiva e que há indícios de necessidade de tratamento psiquiátrico. “Acredito que isso deve ser avaliado por um profissional da área”, declarou.
Investigação por maus-tratos
O caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) como crime de maus-tratos qualificado por lesão grave, com possibilidade de ser enquadrado como tortura.
Escola afastou professora e colabora com a polícia
A direção da escola demitiu a professora após checar as imagens. Em nota, afirmou que seguiu os protocolos ao comunicar os pais e acionar o resgate. A instituição entregou o material à polícia e reiterou compromisso com a segurança das crianças.
“Reforçamos que a apuração dos fatos e a devida responsabilização estão sendo conduzidas pelas autoridades competentes, com total apoio desta instituição”, diz o comunicado.