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Menos da metade dos policiais do Bope e da Core usou câmeras corporais em megaoperação no Rio, aponta MPRJ

Operação nos complexos do Alemão e da Penha deixou 121 mortos; laudos indicam ferimentos fora do padrão de confronto

Relatório do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que menos da metade dos agentes das tropas de elite Bope e Core utilizaram câmeras corporais na megaoperação policial realizada no dia 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A ação resultou em 121 mortos e 113 presos, e está sob investigação após indícios de execuções e ferimentos fora do padrão.


Equipamentos com uso limitado

Segundo o MPRJ, apenas 77 dos 215 policiais do Bope e 57 dos 128 da Core estavam com câmeras no momento da operação. Os comandantes Marcelo Corbage (Bope) e Fabrício Oliveira (Core) alegaram que não havia baterias sobressalentes e que a operação duraria 5 a 6 horas — e não 12, como se estendeu.


Mortes sob suspeita

Relatórios técnicos indicam que pelo menos dois corpos apresentavam sinais atípicos, como disparos à curta distância e até decapitação. A análise foi feita por peritos do MPRJ no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, entre os dias 28 e 30 de outubro.

De acordo com os técnicos, a maioria dos mortos tinha perfurações compatíveis com munições de fuzil, mas esses dois casos destoavam do padrão esperado de confronto armado.


Megaoperação e saldo oficial

A Operação Contenção mobilizou 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de combater o avanço do Comando Vermelho. O saldo foi de:

  • 121 mortos, incluindo quatro policiais

  • 113 presos

  • 93 fuzis apreendidos

A ação gerou bloqueios nas principais vias do Rio e suspensão do transporte público em áreas afetadas.

O Ministério Público recomenda análise minuciosa das imagens das câmeras disponíveis, bem como reconstituição do cenário do confronto. O MPRJ ainda aguarda a conclusão dos laudos periciais e a identificação oficial dos mortos.

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