
A Europa enfrenta uma intensa onda de calor neste início de verão. Cidades de países como Espanha, França, Itália e Portugal registram temperaturas acima da média e enfrentam consequências severas, como fechamento de escolas, risco elevado de incêndios e impactos no turismo.
Em Barcelona, na Espanha, o mês de junho foi o mais quente em mais de um século, segundo o serviço meteorológico nacional. Na segunda-feira (30), a cidade atingiu 37,9°C, a maior temperatura já registrada pelo observatório Can Fabra, localizado em uma das colinas que cercam a cidade.
Tradicionalmente protegida do calor extremo por sua geografia entre o Mediterrâneo e montanhas, Barcelona sentiu os efeitos da primeira grande onda de calor do ano, que se espalha por toda a Península Ibérica.
Escolas fechadas e alerta máximo na França
A França também sofre com os efeitos da onda de calor. A agência meteorológica Météo-France emitiu alerta vermelho para diversas regiões, incluindo Paris, onde os termômetros devem ultrapassar os 40°C.
O governo francês determinou o fechamento total ou parcial de mais de 1.300 escolas, número muito superior às cerca de 200 fechadas no início da semana, conforme informou o Ministério da Educação.
Além disso, pontos turísticos como a Torre Eiffel tiveram sua operação alterada. O topo do monumento ficará fechado até pelo menos quinta-feira (3), e visitantes sem ingressos foram aconselhados a adiar a visita.
Mediterrâneo supera 30°C e incêndios preocupam
O Mar Mediterrâneo também apresenta sinais da severidade do fenômeno. Em algumas regiões, a água está até 6°C acima da média para o período, com registro de até 30°C no Mar Balear, na Espanha. O calor marítimo reforça a massa de ar quente que cobre o continente.
Na França, o solo seco e a falta de chuvas durante o mês de junho, somados às temperaturas elevadas, criam condições propícias para incêndios florestais. O alerta é reforçado no momento em que o país inicia a colheita de grãos.
Calor extremo atinge Itália e Portugal
Na Itália, 17 das 27 principais cidades do país enfrentam temperaturas elevadas, com impactos na rotina urbana. Já Portugal registrou seu recorde histórico de calor para o mês de junho: 46,6°C, segundo a agência meteorológica nacional.
Embora Lisboa registre queda para 33°C nos próximos dias, áreas do interior ainda enfrentam picos de até 43°C.
Verões cada vez mais quentes na Europa
Segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, a Europa é o continente que mais rapidamente se aquece, com média duas vezes superior à do restante do mundo.
Especialistas alertam que o cenário tende a se agravar nas próximas décadas. Projeções indicam que a França poderá registrar aumento médio de 4°C até 2100, com verões anuais ultrapassando os 40°C e picos podendo chegar a 50°C. O número de dias com ondas de calor deve aumentar até dez vezes no continente até o final do século.