Pedágios e áreas de risco mobilizam debate
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Na sessão ordinária realizada em 17 de fevereiro de 2025, a Câmara Municipal de Encantado aprovou três projetos de lei. O Projeto de Lei nº 009/25, que autoriza até R$ 250 mil para o 18º Festival Canto da Lagoa; o Projeto de Lei nº 010/2025, que trata da concessão temporária de imóveis para pequenas empresas; e o Projeto de Lei nº 013/2025, que visa reabrir créditos no orçamento para alocar recursos federais ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à aquisição de medicamentos, além de concluir obras municipais pendentes.
‘’Ninguém quer os pedágios, mas não participam dos movimentos’’
Na sessão, os vereadores também discutiram a questão dos pedágios, que tem sido um tema de preocupação para os municípios da região. Diego Pretto (PP) destacou o impacto que a cobrança de pedágios terá no dia a dia da população, afetando diretamente o custo de vida, com reflexos no preço dos alimentos e no transporte. Segundo o vereador, o aumento no custo de transporte pode afetar ainda mais quem recebe salários mais baixos, gerando um grande prejuízo para as famílias.
Valdecir Cardoso (PP), por sua vez, ressaltou a falta de engajamento da comunidade nos movimentos contra o pedágio. Segundo ele, embora o tema seja de interesse da população, há uma ausência de participação ativa da sociedade no movimento. Ele afirmou que muitos se mostram contrários ao pedágio, mas, em sua opinião, é necessário mais engajamento da população para que a luta tenha resultados concretos.
“O pedágio até agora era um problema de Encantado”
O vereador Marino Deves (PP) criticou a postura dos municípios vizinhos, que até agora nunca haviam demonstrado interesse em se opor aos pedágios. Ele usou a frase “pimenta nos olhos dos outros é refresco” para ilustrar como essas cidades, que não haviam se mobilizado antes, agora vêm a Encantado para protestar contra o pedágio, quando a cobrança sempre foi um problema local. Deves cobrou mais comprometimento das outras cidades da região, ressaltando que agora o pedágio afetará toda a área e não apenas Encantado.
Os vereadores, em sua maioria, se mostraram favoráveis à implantação do pedágio, mas destacaram a importância de que as tarifas sejam justas e que, de fato, haja melhorias nas rodovias da região para justificar a cobrança. A luta é para que o valor arrecadado seja bem aplicado, com investimentos reais na infraestrutura, beneficiando a população local.
‘’Uma motosserra e uma retro ajudam a resolver o problema’’
A comunidade da Santa Clara esteve presente na sessão e entregou um ofício ao vereador Francis Bampi (União BR) solicitando ações emergenciais para resolver os problemas de deslizamentos e contenção na localidade. A situação crítica da comunidade também foi abordada pelos vereadores. Valdecir Gonzatti (PSDB) criticou a morosidade da administração municipal, afirmando que, apesar dos estudos realizados, poucas ações concretas foram implementadas. Ele sugeriu que medidas imediatas, como o uso de motosserras e retroescavadeiras, poderiam amenizar a situação, mas ressaltou que um esforço maior da administração é necessário para resolver o problema de forma definitiva.
Daniel Passaia (União BR) rebateu a fala de Gonzatti, destacando que a resolução da situação não é tão simples quanto parece. Passaia enfatizou a necessidade de uma avaliação detalhada para entender as melhores soluções e informou que uma reunião será realizada para discutir as ações a serem tomadas.
“É muita burocracia. Só seis famílias conseguiram a compra assistida”
O vereador Samuel Da Silva (PSDB) fez uma cobrança em relação ao processo de compra assistida para as 120 famílias que foram beneficiadas com o programa de aquisição de imóveis. Ele relatou que, até o momento, apenas 6 famílias conseguiram adquirir suas casas, enquanto as demais enfrentam dificuldades devido à burocracia e falta de entendimento sobre o processo.
Samuel sugeriu que a Caixa Econômica Federal realizasse uma reunião com as famílias para esclarecer as etapas do processo e minimizar as dificuldades enfrentadas pelos beneficiados. Ele também cobrou mais agilidade para que o programa realmente atenda às necessidades da população antes que o período de chuvas chegue novamente, gerando mais dificuldades para essas famílias.
Falta de Fiscalização
Por fim, Cris Costa (PSDB) levantou a questão da falta de fiscalização sobre as leis municipais. Ele expressou sua preocupação com o fato de que, apesar da aprovação de várias leis e projetos, muitas dessas iniciativas não estão sendo efetivamente fiscalizadas, o que compromete sua eficácia.
Cris destacou que, caso a administração não tenha recursos humanos suficientes para realizar as fiscalizações necessárias, deve contratar mais servidores para garantir o cumprimento das leis. Segundo ele, a falta de fiscalização enfraquece a função do Legislativo e prejudica a aplicação de políticas públicas no município.
Entulhos nos arroios
Leonardo Lorenzi (MDB) e Marino Deves (PP) demonstraram preocupação com os entulhos acumulados nas beiras dos arroios, resultantes das enchentes. Ambos destacaram que, ao subir o nível dos rios, esses resíduos podem ser arrastados para áreas de risco, afetando ainda mais a segurança da população. A situação preocupa, e os vereadores reforçam a necessidade de uma solução eficaz para evitar maiores danos no futuro.