Projeto inédito no RS prevê geração de energia através de resíduos da indústria de calçados
“Diante da crise energética do país, este projeto inovador é recebido com entusiasmo já que se apresenta como um modelo de geração de energia alternativo"
Depois de um ano de inúmeras tratativas junto ao governo do Estado, o deputado Dalciso Oliveira (PSB) anuncia que foi liberada licença da FEPAM para a realização do projeto piloto de geração de energia através da utilização de resíduos industriais do setor calçadista. “É um projeto inédito no país, a ser realizado no município de Taquara”, destaca o parlamentar.
A empresa empreendedora é a Ambiente Verde Industria LTDA em parceria com a Beira Rio Calçados, que produz 500 toneladas de resíduos por mês. A empresa irá fornecer seu material residual para transformação em um processo de tratamento térmico de resíduo sólido através da tecnologia da pirólise, que opera numa temperatura de 350 a 950 graus Celsius.
Conforme o diretor industrial da Beira Rio, João Henrich, o projeto todo receberá um investimento de até R$ 15 milhões e tem potencial de gerar 200 empregos. “Inicialmente, a unidade consumirá três toneladas de resíduo por dia. São sobras da produção de calçados, que serão aquecidas em fornos em um processo chamado de pirólise. Com isso, gera gás de síntese e carvão que é rico em hidrogênio e é usado em geradores elétricos, fornecendo energia. Já o carvão residual é reaproveitado integralmente na produção de componentes para calçados”, ressalta Henrich.
“Como é uma tecnologia ainda não difundida no país, a unidade deverá operar, inicialmente, em caráter experimental”, informa Dalciso. O deputado intermediou as reuniões na Secretaria Estadual de Meio Ambiente, com a participação do sócio-diretor da empresa Ambiente Verde, Alberto Vainer, e do diretor industrial da Beira Rio SA, João Henrich, e com o secretário Luiz Henrique Viana e a Presidente da FEPAM, Marjorie Kauffmann.
O parlamentar salienta, ainda, que a licença autoriza a reciclagem e utilização de resíduos sólidos, mediante condições técnicas compatíveis e de proteção ambiental. “Diante da crise energética do país, este projeto inovador é recebido com entusiasmo já que se apresenta como um modelo de geração de energia alternativo e, após este piloto, o uso da tecnologia poderá ser ampliado beneficiando outras indústrias”, conclui o deputado, que é empresário do setor calçadista.
O empreendimento ficará em uma área de 258 metros quadrados e contará com uma unidade de pirólise, operação da usina, recebimento de materiais, depósito, descarga e administração. O projeto será acompanhado pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), que deverá acompanhar o desenvolvimento da tecnologia licenciada para instalação e testes.