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RS testa uso de inteligência artificial para detectar câncer de boca

Sistema em desenvolvimento na UFRGS busca identificar sinais da doença antes do surgimento das lesões

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desenvolvem uma ferramenta de inteligência artificial voltada à detecção precoce do câncer de boca. O projeto foca o carcinoma espinocelular — tipo mais comum da doença — e pretende ampliar as chances de diagnóstico e tratamento em fases iniciais.
A proposta é automatizar a análise de células bucais coletadas de pacientes de risco, substituindo o processo tradicional de inspeção manual por um sistema digital capaz de identificar alterações precoces no núcleo celular.

Como funciona o projeto

A pesquisa é conduzida por profissionais das áreas de Odontologia e Informática, que buscam acelerar e ampliar o número de exames realizados, com menor custo e maior agilidade.
•A coleta é feita com fluidos da boca de pacientes
•A análise, hoje feita com microscópio, será automatizada por IA
•O sistema detecta mudanças no formato e cor do núcleo celular, que podem indicar risco de câncer
O novo exame não substitui a biópsia, mas poderá complementar o diagnóstico clínico e apontar pacientes com maior ou menor probabilidade de desenvolver a doença.

Longo prazo e impacto esperado

O estudo é parte da pesquisa de doutorado da professora Tatiana Wanmacher Lepper, e deve levar cerca de 10 anos para ser concluído, devido à necessidade de acompanhamento prolongado dos pacientes.
Segundo os responsáveis, a expectativa é que, após validação científica, o sistema possa ser implementado na rede pública de saúde, especialmente para rastrear populações mais vulneráveis, como fumantes e consumidores frequentes de álcool.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que o Brasil registra cerca de 15 mil casos anuais da doença, com aproximadamente 6 mil mortes. Mais de 60% dos diagnósticos ocorrem em estágios avançados.
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