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Café sobe 81% em um ano para o consumidor, mas queda no campo pode aliviar preços no segundo semestre

Colheita iniciada em março reduziu valores para o produtor, mas repasse às prateleiras deve ser lento e gradual

O café moído segue como um dos itens com maior impacto no bolso do consumidor. Na prévia da inflação de junho (IPCA-15), o produto registrou alta de 2,86%, acumulando 81,6% de aumento nos últimos 12 meses, segundo dados do IBGE.

Apesar da alta no varejo, os preços no campo começaram a cair em março, após o início da colheita. O café arábica, o mais consumido no país, teve queda média de 17% em junho em relação ao valor recorde registrado em fevereiro, segundo o Cepea/Esalq-USP.

A redução é atribuída à boa safra de café robusta, especialmente no Espírito Santo e na Bahia, onde as lavouras são irrigadas. Já o café arábica teve perdas por conta da seca, mas ainda assim o avanço da colheita pressiona os preços para baixo.

Quando o alívio chega ao consumidor?

Segundo economistas, o repasse da queda ao consumidor deve ocorrer de forma lenta e gradual ao longo do segundo semestre. Isso porque há um intervalo entre a colheita, o processamento e a distribuição até os supermercados.

A expectativa é de que os preços comecem a ceder visivelmente a partir de 60 a 90 dias, mas o café ainda deve continuar caro no acumulado do ano. Uma queda mais expressiva nos supermercados é esperada apenas em 2026, caso a safra futura se confirme mais robusta.

Por que os preços dispararam antes?

O recorde nos preços em fevereiro foi impulsionado pela forte demanda externa, especialmente da Europa, devido a conflitos no Oriente Médio que afetaram a logística internacional. O Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas em 2024, reduzindo os estoques internos e pressionando os preços.

Além disso, incertezas sobre regras ambientais na União Europeia levaram importadores a antecipar compras, intensificando a pressão sobre o mercado brasileiro.

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