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Conta de luz deve subir 3,5% e poderá gerar impacto de R$ 197 bilhões até 2050

Com derrubada de vetos na Lei das Eólicas Offshore, Congresso impõe aumento que afeta consumidores residenciais e empresariais; tributos e encargos compõem quase metade da fatura.

O setor elétrico projeta alta de 3,5% nas contas de luz após o Congresso Nacional derrubar vetos presidenciais na Lei das Eólicas Offshore. O impacto estimado no longo prazo é de R$ 197 bilhões até 2050, segundo a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) e a Abrace, entidade que representa grandes consumidores industriais.

A FNCE considera recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o Congresso “instalou o caos definitivo no setor elétrico” ao aprovar subsídios e obrigações que, na prática, recaem sobre o consumidor final.

Como se compõe a tarifa de energia?

A conta de luz é dividida em cinco grandes componentes:

Geração: custo da produção nas usinas
Transmissão: transporte da energia até as distribuidoras
Distribuição: operação e manutenção do serviço nas cidades
Encargos setoriais: subsídios e políticas públicas definidas por lei
Tributos: PIS, Cofins (federais), ICMS (estadual) e CIP (municipal)

Em Brasília, por exemplo, a composição da fatura é:

47,08% — Impostos e encargos
40% — Energia e transmissão
12,92% — Distribuição

Termelétricas e impacto ambiental

Outro fator de pressão no custo da energia é a ampliação do uso de usinas termelétricas, incentivado pela mesma lei. Essas usinas operam com óleo diesel, combustível mais caro e poluente, aumentando a emissão de gases de efeito estufa (GEE).

O aumento do uso de termelétricas ocorre em um momento sensível para o país, que sediará a COP30, conferência climática da ONU, em novembro deste ano, em Belém (PA).

Bandeiras tarifárias: entenda como funciona

O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, sinaliza o custo real da geração de energia mês a mês. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) define a cor da bandeira conforme as condições de geração, especialmente pela situação dos reservatórios hídricos. Veja o que cada uma representa:

Bandeira verde: condições favoráveis de geração; sem cobrança adicional
Bandeira amarela: condições menos favoráveis; acréscimo de R$ 2,98 a cada 100 kWh
Bandeira vermelha – patamar 1: geração mais cara; acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh
Bandeira vermelha – patamar 2: geração muito cara; acréscimo de R$ 7,20 a cada 100 kWh

Para o mês de junho, a Aneel estabeleceu a bandeira vermelha patamar 1, o que significa um custo adicional de R$ 4,46 por 100 kWh consumidos.

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