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Dilema do plano de concessões permanece no Vale do Taquari

No cerne das críticas estão o custo elevado da tarifa, o prazo da duplicação da ERS-130 de Cruzeiro do Sul a Venâncio Aires e a falta de perspectiva para criar a cobrança por quilômetro rodado.

No dia de ontem, (04/04), na Câmara de Vereadores de Lajeado, foi convocada uma audiência pública pela Comissão de Assuntos Municipais do Parlamento Gaúcho. A  suspensão do processo para a transferência das rodovias à iniciativa privada foi o assunto central da noite. 

As críticas se concentram no custo elevado da tarifa, especificações técnicas quanto a rótulas,  nas vias marginais sem identificar a capacidade de fluxo para veículos pesados, no prazo da duplicação da ERS-130 de Cruzeiro do Sul a Venâncio Aires e na falta de perspectiva para criar a cobrança por quilômetro rodado (free flow).

A ocasião foi conduzida pelos  parlamentares Tiago Simon (MDB), deputado Pepe Vargas (PT) e Issur Koch (PP), além de receber representantes dos setores produtivos da região e das localidades dos lotes 1 e 3 dos pedágios, bem como prefeitos e vereadores.

“O plano não está pronto. Nossa preocupação é com quem vai pagar essa conta. O Vale do Taquari tem cooperativas, agroindústrias e empresas de logística. Se o contrato for mal feito, há risco de perda de competitividade”, afirma o deputado Tiago Simon. “Sabemos da necessidade de melhoria da infraestrutura rodoviária. Todos são favoráveis à concessão, mas não nos termos atuais apresentados pelo Estado”, argumenta.

O pedido de suspensão do edital será levado ao governo do Estado. Para o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Ivandro Rosa, é preciso aprimorar o projeto. “São 30 anos de concessão. Isso vai interferir na vida de toda a comunidade, nas relações de negócios e na produção”, frisa. Na avaliação dele, é preciso rever inclusive os locais das praças de pedágio. 

As estradas do Vale dentro do plano são as ERSs 128, 129, 130 e 453. Os investimentos previstos foram divididos em duas etapas. A primeira, do 3º ao 9º ano de contrato, seriam R$ 2,24 bilhões. O segundo ciclo prevê mais R$ 4,09 bilhões. O trecho total do lote 2 compreende mais de 414 quilômetros, de Erechim até Venâncio Aires.

“Pagamos pedágios por todo esse tempo e o retorno foi ínfimo”, afirma o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale (Codevat), Luciano Moresco. Para ele, o estudo de diagnóstico sobre obras e investimentos está distante da realidade local. “Parece que foi feito a distância. Não se observou o quanto a praça de pedágio é prejudicial para Cruzeiro do Sul e de Encantado.”

Análise sobre o Vale

A dinâmica econômica, os custos da logística e a expectativa com um pacote de investimentos foram as abordagens do economista e integrante da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Ardêmio Heineck.

De acordo com ele, o custo logístico no país é três vezes maior do que na comparação com outras nações. O plano, na opinião dele, deve verificar o risco de cercar uma região de pedágios e reduzir a competitividade:

“Vamos perder empresas. O custo do transporte é muito elevado e as decisões tendem a partir para locais com menos despesas.”

Fonte: Grupo A Hora

Agro Dália

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