FORÇA DO VALE 40 ANOS
Economia

Dólar cai 1,1%, a R$ 6,04, e Ibovespa sobe 0,13% em dia de mercado fechado nos EUA

Investidores ainda repercutem notícias sobre plano de tarifas de Trump, que podem afetar economias exportadoras e acelerar inflação norte-americana

O dólar à vista fechou em queda nesta quinta-feira (9), em um dia marcado por cautela, já que os mercados dos Estados Unidos estão fechados devido o funeral do ex-presidente Jimmy Carter, enquanto investidores repercutem falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

A moeda norte-americana encerrou a sessão em baixa de 1,1%, cotado a R$6,0431 na venda. Enquanto isso, o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, subiu 0,13%, a 119.780,56 pontos.
A moeda norte-americana encerrou a sessão em baixa de 1,1%, cotado a R$6,0431 na venda. Enquanto isso, o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, subiu 0,13%, a 119.780,56 pontos.

 

“Os dados apontam para uma perda de tração do consumo de bens, depois de vários meses de sólido crescimento, mas temos que avaliar esse dado com cautela”, afirmou o economista Rodolfo Margato, da XP, em comentários.

“É importante acompanharmos as próximas divulgações mensais para analisarmos se essa queda do varejo foi algo mais pontual ou se isso significa o início de uma outra tendência para o setor, nesse caso, de um enfraquecimento.”

Nas primeiras sessões de 2025, o foco dos investidores tem se direcionado para o cenário externo, uma vez que se aproxima o início do novo governo de Donald Trump nos EUA, com a posse do presidente eleito em 20 de janeiro.

Com o fechamento dos mercados nos EUA devido ao funeral de Carter, que faleceu em 29 de dezembro aos 100 anos, as negociações devem exibir pouca volatilidade nesta quinta, em meio à falta de impulsos externos e domésticos.

Nesta semana, por outro lado, a moeda norte-americana tem oscilado entre fortes ganhos e perdas, à medida que os mercados globais digerem as últimas notícias sobre os planos tarifários de Trump, com os agentes financeiros receosos quanto ao potencial inflacionário de suas medidas.

O dólar avançou sobre uma série de moedas na véspera, incluindo o real, sendo que o presidente eleito está considerando declarar emergência econômica nacional como justificativa legal para a imposição de tarifas sobre aliados e adversários.

A divisa dos EUA havia registrado forte recuo na segunda-feira (6), quando o The Washington Post informou que assessores de Trump estariam explorando planos para impor tarifas apenas sobre importações de setores críticos para o país.

“Estamos vendo o dólar extremamente forte lá fora. Mas se surgirem dados de emprego ou de inflação mais fracos nos EUA, ou se o (presidente eleito, Donald) Trump não fizer o que se imagina em matéria de elevação de tarifas, há espaço para o dólar dar uma recuada no exterior, em direção a 106 ou 105”, avaliou durante a tarde o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em referência às cotações do dólar index, que compara a moeda norte-americana a uma cesta de divisas fortes.

“Isso poderia levar a uma valorização adicional do real, em direção a (um dólar de) 5,90 reais, caso não surjam notícias negativas por aqui”, acrescentou.

A percepção de economistas é de que as promessas de Trump, que também incluem cortes de impostos e controle rígido da imigração, podem ser inflacionárias, o que manteria os juros elevados nos EUA e elevaria os rendimentos dos Treasuries, favorecendo o dólar.

O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,12%, a 109,150.

Os mercados globais também seguem de olho em novos dados sobre a economia norte-americana, com números sobre o mercado de trabalho sendo o foco da semana. Na sexta-feira (10), será divulgado o relatório de emprego para dezembro.

Indicadores recentes têm apontado para a resiliência da economia dos EUA, com um mercado de trabalho saudável e uma inflação ainda acima da meta de 2% do Federal Reserve, reduzindo as expectativas de cortes na taxa de juros pelo banco central norte-americano neste ano.

“Existe preocupação em relação ao mercado de trabalho, que segue aquecido, com a inflação, que retornou, mas desacelerou a queda, e também sobre as políticas do governo Trump em relação às tarifas”, disse Marcos Weigt, head de Tesouraria do Travelex Bank.

Operadores precificam 93% de chance de que as autoridades mantenham os juros na primeira reunião deste ano, com pouco mais de 40 pontos-base acumulados de cortes esperados até o fim do ano, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Com informações da Reuters

Agro Dália

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