
O Ministério do Planejamento enviou ao Congresso Nacional uma nova previsão do salário mínimo para o ano de 2026: R$ 1.627, quatro reais a menos do que a estimativa anterior, de R$ 1.631. A revisão acompanha a desaceleração da inflação ao longo deste ano, fator central na política de valorização do piso salarial.
Caso o valor seja confirmado, o reajuste representará um aumento de 7,18% sobre o salário mínimo atual, de R$ 1.518. Mesmo com a revisão, o índice garantirá um ganho real, já que o reajuste ficará acima da inflação acumulada.
A fórmula utilizada para calcular o novo valor leva em conta:
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a inflação medida pelo INPC, acumulada até novembro;
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o crescimento do PIB de dois anos antes, neste caso, de 2024;
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e o limite de ganho real de até 2,5% acima da inflação, imposto pelo arcabouço fiscal.
PIB garante ganho real, mas com limite
Segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 3,4% em 2024, o que permitiria um aumento mais expressivo do salário mínimo. No entanto, o teto de 2,5% acima da inflação limita esse crescimento, como forma de controle das despesas obrigatórias e equilíbrio das contas públicas.
Projeções futuras também foram revistas
O governo também atualizou os valores projetados para os anos seguintes, todos com redução em relação às estimativas anteriores:
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2027: de R$ 1.725 para R$ 1.721
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2028: de R$ 1.823 para R$ 1.819
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2029: de R$ 1.908 para R$ 1.903
Essas mudanças refletem a expectativa de inflação mais moderada ao longo do período.
Impacto no Orçamento e benefícios
O valor do salário mínimo afeta diretamente o cálculo de diversas despesas públicas, como:
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aposentadorias e pensões do INSS
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BPC (Benefício de Prestação Continuada)
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seguro-desemprego
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abono salarial
Apesar da revisão para baixo, o Ministério do Planejamento afirmou que não pediu corte dessas despesas no projeto de lei orçamentária para 2026. Caberá ao Congresso avaliar se ajustará os valores durante a tramitação.
Definição final em dezembro
O valor definitivo do salário mínimo de 2026 será conhecido no dia 10 de dezembro, com a divulgação oficial do INPC de novembro pelo IBGE. A expectativa é que o número final fique próximo da projeção atual.






