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Economia

Indústrias em Encantado e Roca Sales enfrentam desafios e avaliam transferência parcial das operações

Empresas no Vale do Taquari estão enfrentando graves desafios devido a eventos climáticos recentes, que causaram prejuízos significativos e demandaram ações urgentes para minimizar os impactos e retomar as operações. Entre as afetadas, estão a Lorenzon Plásticos, Fontana S/A, Carrer Alimentos, a Cooperativa Dália de Encantado, e a Beira Rio de Roca Sales, cada uma adotando estratégias específicas para lidar com as adversidades. A Associação Comercial e Industrial de Encantado estima que cerca de 300 empresas foram atingidas no município.

Lorenzon Plásticos

Cesar Lorenzon

A empresa Lorenzon Plásticos, localizada no bairro Nossa Senhora Aparecida, sofreu novamente grandes prejuízos. Embora os danos sejam ligeiramente menores em comparação ao ocorrido em setembro do ano passado, graças ao salvamento de parte da matéria-prima, produtos acabados e componentes dos equipamentos de produção, a situação ainda é crítica. O proprietário, César Lorenzon, informou que algumas linhas de produção já estão operando e a expectativa é que até o início da próxima semana haja um avanço significativo na retomada das atividades. “Estamos focados no restabelecimento das operações e ainda não começamos a calcular os prejuízos totais”, declarou Lorenzon. Além da matriz, a empresa enfrenta desafios em sua filial em Encantado, devido a problemas de acesso agravados por inundações menores, o que dificulta a execução de projetos de maior escala. “Estamos estudando alternativas para melhorar o acesso, mas com muita cautela”, concluiu Lorenzon.

Ricardo Fontana

Fontana S/A

A empresa Fontana S/A ainda não possui um cálculo definitivo sobre os prejuízos recentes, conforme informou o diretor Ricardo Fontana. As estimativas iniciais indicam que os danos são menores em comparação aos incidentes de setembro e novembro de 2023, graças ao Plano de Contingência implementado após esses eventos. “Ainda não retomamos as atividades, pois continuamos em processo de limpeza da empresa. A previsão é de que o retorno da produção ocorra dentro de três a seis meses”, afirmou Fontana. O diretor também mencionou que está sendo avaliada a possibilidade de transferir parte da empresa para outro local, com o objetivo de normalizar as operações e minimizar os impactos. “Estamos considerando mover parte da produção para outro local, devido à dificuldade em retornar as atividades após as cheias. Já os processos químicos devem permanecer na sede atual”, explicou.

Carrer Alimentos

Natal Gusi

Natal Gusi, diretor da empresa Carrer Alimentos, localizada no bairro Porto XV, informou que os danos causados pelo recente evento climático foram significativamente maiores do que os de 2023, demandando medidas urgentes. “Como resultado do impacto na empresa, a produção teve que ser terceirizada dentro e fora do estado. A dimensão disso tudo é incalculável”, afirmou Gusi. Segundo o diretor, a empresa havia se recuperado completamente das enchentes do ano anterior e estava prestes a aumentar sua produção para 700 a 800 mil pintos por semana a partir de agosto deste ano. No entanto, os planos tiveram que ser revisados devido à atual situação. “A empresa não vai mais operar no mesmo local como incubatório. Estamos estudando a viabilidade de operar com outra atividade ou até mesmo em outro local”, finalizou Gusi.

Gilberto Piccinini

Cooperativa Dália

Gilberto Antônio Piccinini, Presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Dália, destacou que as medidas implementadas após o evento climático do ano passado ajudaram a mitigar seus efeitos. Embora os frigoríficos de suínos em Encantado e a avícola em Arroio do Meio tenham ficado inoperantes por quinze dias devido à pior inundação, adaptações realizadas após as enchentes anteriores minimizaram os impactos da tragédia climática. Piccinini explicou que a experiência das cheias de setembro e novembro do ano passado levou a Cooperativa Dália a adotar medidas importantes para reduzir as consequências da maior catástrofe climática do RS. “Nos preparamos para enfrentar essa tragédia e, portanto, as fábricas de rações mantiveram seu funcionamento normal por meio de geradores”, afirmou. No entanto, o presidente destacou que o maior desafio atual é a falta de acesso aos municípios da região. “Muitos de nossos associados foram afetados pela falta de rações e pela impossibilidade de entregar sua produção devido à destruição de pontes, principalmente na ERS 130, que liga os municípios de Arroio do Meio a Lajeado”, destacou Piccinini. Ele ressaltou a importância dessa via para o fluxo de caminhões e o transporte de grãos e produtos elaborados para todo o estado e país. Piccinini expressou sua gratidão aos associados e colaboradores pelo esforço em superar a situação o mais rapidamente possível, reforçando o compromisso da cooperativa em enfrentar e superar os desafios impostos pela natureza.

Calçados Beira Rio

Roberto Argenta

A unidade da Calçados Beira Rio em Roca Sales retomou parte de suas operações na última terça-feira (21). Atingida pela terceira vez em um período de oito meses, a empresa calçadista reiniciou as atividades na área de corte e pretende expandir para a costura em seguida. O presidente, Roberto Argenta, confirmou que a previsão é que em 60 dias toda a produção seja retomada. “Queremos voltar a operar plenamente no segundo semestre, até julho, quando temos a coleção de primavera-verão, que é nosso ponto alto de vendas. Por enquanto, temos alguns problemas de logística por conta da queda da ponte em Arroio do Meio. Dependemos muito das condições das estradas, tanto para trazer funcionários quanto para a matéria-prima e a entrega dos modelos”, compartilhou. Sobre a mudança de local, o empresário afirmou que, por enquanto, continuarão operando no mesmo lugar. “Estamos aqui há muito tempo, são 30 anos nesta unidade. Avaliamos outros locais com a Prefeitura, mas ainda não há nada certo”. Todas as fábricas da Calçados Beira Rio no Estado já estão em pleno funcionamento.

Agro Dália

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