Por: Andieli Dias
Um projeto que visa preservar e reconstruir as memórias das comunidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul foi realizado em agosto na Escola Estadual de Ensino Fundamental Érico Veríssimo, em Encantado. Promovido pela ImageMagica Organização da Sociedade Civil (OSC) de São Paulo (SP), o projeto Memorial Local envolveu alunos e professores na criação de fotografias que capturam histórias pessoais, ressaltando a importância da identidade cultural em tempos de adversidade.
Andreza Portela, Coordenadora do Núcleo Educacional da ImageMagica, explica que o principal objetivo foi reconstruir memórias pessoais e coletivas das comunidades atingidas. “Convidamos os participantes a fotografarem e escreverem legendas sobre o que consideram importantes seja uma pessoa, um lugar ou uma memória. O resultado foi exposto em um varal de memórias, fortalecendo a identidade cultural da comunidade”, destaca.
Fotografias
No total, 19 estudantes e uma professora participaram do projeto. As fotografias foram impressas e estão em exposição na instituição. Cada participante também recebeu uma cópia de sua foto como registro permanente de sua participação.
O projeto foi concebido como resposta às grandes perdas enfrentadas pela população gaúcha, incluindo a destruição de itens que compõem a identidade das comunidades, como fotografias e cartas. “Mesmo em situações de catástrofe, a cultura atua como forma de alento e resiliência, permitindo que as pessoas mantenham sua sanidade e otimismo”, enfatiza.
Em julho, a ImageMagica uniu-se à Bandeira Científica, Xingu+Catú e Cruz Vermelha em uma missão ao estado para identificar atividades que poderiam ser desenvolvidas nas cidades afetadas pelas enchentes. Encantado foi uma das cidades selecionadas devido à gravidade dos danos.
Carmem Moraes, professora da escola e responsável por acompanhar o projeto, ressalta o impacto positivo da iniciativa para os jovens. “O projeto trouxe a arte e a fotografia como ferramentas para os adolescentes trabalharem suas memórias. Tivemos muitas perdas, e o projeto deu voz aos jovens para contarem suas histórias através das imagens”, comenta.