Em 2020, o DAER (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) e a Univates (Universidade do Vale do Taquari) firmaram um termo de cooperação técnica, em que estudantes do curso de Engenharia Civil poderão desenvolver propostas para problemáticas apresentadas pelo órgão. Um dos projetos decorrentes dessa parceria, encabeçado pela coordenadora do curso, professora Rebeca Jéssica Schmitz, e pelo estudante Rafael Henrique Zotti, estuda-se a pavimentação de um trecho na ERS-130, que atinge municípios do Vale.
A docente explica que o estudo sobre o asfaltamento do trecho precisa de uma revisão do traçado da via para adequação às normas, como largura das pistas, acostamentos e raios de curva, podendo ser necessário alargamento da estrada. Além disso, são exigidos estudo do solo e projetos de sinalização, drenagem e acesso para residências que vão compor o planejamento final. “Vale ressaltar que o pavimento não é apenas a camada de asfalto que vemos, na verdade, ele é composto por diversas camadas, que irão garantir que as cargas que trafegam não ultrapassem a resistência do solo e do próprio pavimento”.
Além do asfaltamento, será estudada também a criação de duas pontes, que substituam as existentes, as quais não atendem aos requisitos da rodovia. Ou seja, essas estruturas possuem capacidade de carga inferior ao padrão do trecho e largura insuficiente, impedindo o tráfego de caminhões pesados.
“Fizemos o reconhecimento do local, agora temos que buscar as medidas necessárias para a nova ponte”, explica Rebeca, detalhando os próximos passos da iniciativa, que também é o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Zotti. “Eu e o Rafael fomos visitar uma das pontes existentes que precisaria ser substituída. A ponte atual possui superestrutura composta por três vãos de vigas treliçadas e piso em madeira. Devido à má condição do piso, identificamos que dois pilares em seção circular servem de apoios intermediários. A proposta estudada será de uma ponte com duas pistas e superestrutura em vigas protendidas pré-fabricadas”, explica a professora.
Na sequência, é produzido, através de modelos matemáticos em softwares específicos e aplicação de regras, um projeto, para então encaminhar esses desenhos base ao Daer. “Para a execução, é necessário uma revisão por parte do órgão, já que envolve a responsabilidade técnica do Departamento. Aí se inicia o projeto executivo e a captação de recurso público. Para que seja efetivamente construído, é necessário ter os recursos disponíveis”, observa a docente.