Cerca de 2 mil itens de madeira fabricados com mão de obra prisional são doados para atingidos pelas enchentes
Em 18 unidades prisionais do Estado, foram produzidos itens para ajudar as vítimas das enchentes. Até agora, foram confeccionados 216 móveis (berços, camas e armários), 287 casinhas para cachorros e cerca de 1.500 rodos de madeira. As doações foram destinadas a abrigos municipais e a iniciativas estaduais, como a Casa Violeta e os centros humanitários Vida, Recomeço e Esperança.
A produção ocorreu nas penitenciárias de Canoas 1, Ijuí, Caxias do Sul, Venâncio Aires, Sapucaia do Sul, Modulada de Osório e Modulada de Uruguaiana, e nos presídios de Julio de Castilhos, Sarandi, Encantado, Iraí, Canela, Cachoeira do Sul, Santiago, Três Passos e Frederico Westphalen.
O secretário da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Luiz Henrique Viana, destaca que o trabalho prisional visa a ressocialização e a preparação dos apenados para o mercado de trabalho. “O trabalho prisional é um pilar do tratamento penal, realizado diariamente nas unidades prisionais”, afirma.
A Polícia Penal, ligada à SSPS, também contribui com cerca de 900 apenados de 52 estabelecimentos prisionais, que atuaram na limpeza das cidades e na fabricação de itens como fraldas, sabão e roupas de cama. O superintendente da Polícia Penal, Mateus Schwartz, observa que o trabalho prisional ajuda na reintegração social e na redução da reincidência criminal.
Atualmente, no Presídio de Canela, seis apenados estão focados na produção de mais berços e armários, com materiais fornecidos por madeireiras locais. Um apenado com experiência prévia em marcenaria destaca a importância de contribuir para as vítimas e valoriza a rotina de trabalho.
Apenados envolvidos em atividades laborais têm direito à remição de um dia da pena a cada três dias trabalhados. Um deles planeja abrir uma pequena marcenaria após a liberdade.
“Me sinto feliz de poder contribuir com quem perdeu tudo. Isso poderia ter acontecido com qualquer um, com alguém da nossa família, por isso é importante ajudar”, comenta um dos apenados. Ele também destaca como é importante ter uma rotina de atividades durante a semana. “Gosto muito do nosso trabalho aqui, a gente nem vê o tempo passar”, conta.