Governo Espanhol destina 2,3 Bilhões de Euros para áreas Afetadas pelas enchentes
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou na quarta-feira (27) um pacote adicional de 2,3 bilhões de euros para ajudar na reconstrução das áreas devastadas pelas enchentes que atingiram a região de Valência no final de outubro. O desastre, causado por chuvas torrenciais, foi o mais mortal da história moderna da Espanha, com mais de 220 mortos e cinco desaparecidos.
Com esse novo aporte, o governo espanhol já comprometeu um total de 16,6 bilhões de euros para lidar com as consequências das inundações. Durante um pronunciamento no parlamento, Sánchez garantiu que o apoio continuará enquanto for necessário para restaurar as comunidades afetadas.
As chuvas intensas, que ocorreram no dia 29 de outubro, provocaram inundações devastadoras que arrasaram os subúrbios ao sul de Valência, a capital regional. O governo central, liderado por Sánchez, afirmou que o evento climático extremo foi amplificado pelas mudanças climáticas, uma visão defendida por muitos cientistas, que alertam para o aumento da frequência de desastres naturais desse tipo.
No entanto, a resposta à tragédia também gerou uma disputa política. O governo de Pedro Sánchez criticou duramente a administração regional, liderada por Carlos Mazón, do Partido Popular (PP), partido de oposição. Segundo Sánchez, houve uma falha no alerta à população, com a demora em instruir os cidadãos a se abrigarem em casa após os avisos de perigo emitidos pelos serviços meteorológicos.
A gestão de desastres na Espanha é responsabilidade das regiões, mas o episódio gerou um jogo de acusações entre o governo de esquerda e a oposição conservadora, cada um responsabilizando o outro pela falta de prontidão diante do desastre.
Durante seu discurso, Sánchez foi contundente ao abordar as mudanças climáticas, afirmando que “a mudança climática mata”. Em uma crítica direta a Mazón, ele ressaltou que governos negacionistas, que minimizam os efeitos do aquecimento global, são mais perigosos que os próprios desastres climáticos.
A comunidade científica, por sua vez, tem alertado para o aumento da frequência de eventos climáticos extremos, como as chuvas torrenciais que causaram as enchentes. Meteorologistas apontam que o aquecimento das águas do Mediterrâneo intensifica a evaporação e contribui para a formação de tempestades mais fortes e destrutivas.
A tragédia de Valência serve como um novo alerta sobre os efeitos das mudanças climáticas, além de destacar a necessidade de ação coordenada entre governos e a população para minimizar os danos e salvar vidas em momentos de crise.
