FORÇA DO VALE 40 ANOS
FV 40 anos

Os tempos mudam, nossos valores permanecem

Era 1984, 21 de setembro. Hoje, em 2024, quando comemoramos 40 anos, o jornal carrega não só a missão de informar, mas também a de contribuir para o desenvolvimento de Encantado e de toda a região. Nosso compromisso é com a construção de uma sociedade mais justa, onde todos tenham vez e voz, consolidados como um dos veículos de comunicação mais tradicionais e respeitados do Vale.

Guiados pela tríade da revolução digital, hoje somos atuantes em todas as plataformas, reforçando nosso papel como espaço de debates relevantes e mantendo o compromisso de levar informações precisas e confiáveis ao nosso público. Orgulha-nos profundamente ouvir de nossos leitores: “Se está no Força, é verdade”. Manter essa reputação em um mundo onde o ‘vale tudo’ parece prevalecer não é fácil. Mas aqui, a força das gurias nunca faltou. Houve, e poderia aqui contar muitos, momentos em que fomos postas à prova… (Mas ainda não chegou a hora do ‘livrinho preto’, não é, Renira?).

O Força do Vale nasceu do sonho e da determinação de três gurias recém-formadas em jornalismo e relações públicas, filhas da PUC e da Unisinos, em um tempo em que não se falava em “empoderamento feminino” – e não sei até onde é necessário, porque não se precisa disso quando se é correto e tem o mínimo de protagonismo. Eram tempos em que, nas reuniões com empresários, políticos e líderes comunitários, muitas vezes éramos as únicas mulheres presentes. Podem até ter tentado nos negar informações, mas sempre conseguimos chegar até elas. O respeito nunca nos faltou, pois, desde o início, fomos profissionais, e isso nos trouxe até aqui. Na primeira década do Força, uma das “gurias”, a Claudia,  foi desbravar a comunicação no Mato Grosso e, nos últimos anos, tenho estado mais afastada da redação, mas em prontidão para os chamados da Renira. Sim, o jornalismo é uma cachaça!

Sempre nutrimos um profundo amor por esta terra, e é esse sentimento que nos move até hoje a atuar com entusiasmo em favor das pessoas e das comunidades.

Ao longo dos anos, o Força tem se debruçado sobre o próprio fazer jornalístico, sem jamais abandonar a tradição e a credibilidade construídas ao longo de quatro décadas. Reafirmamos nossos valores: um jornalismo propositivo, qualificado e comprometido com o desenvolvimento econômico sustentável, que busca ser uma referência para a região em que atuamos.

Fomos pioneiros no uso da tecnologia e, ao longo dos anos, acompanhamos de perto as transformações da sociedade. Cumprimos nosso papel de bem informar e atender aos anseios da comunidade encantadense e regional. Mais do que um veículo de comunicação, somos um instrumento de boa informação, sempre abertos ao contraditório, função essencial de uma imprensa livre e responsável.

Um jornal é feito de pessoas, de profissionais em diversas áreas de atuação. Cabe aqui lembrar que passamos por uma das mais importantes mudanças tecnológicas da humanidade, saindo das velhas máquinas de escrever nas redações para o período de consolidação da era da informática, o que exigiu a adequação, de todos os envolvidos. E essas pessoas dinâmicas, que enfrentam desafios, nos ajudaram e ajudam a construir o Força do Vale através do tempo.

Então é isso. Chegamos até aqui, com o mesmo propósito que nos guiava há quarenta anos: a verdade, sempre. Acima de tudo. Porque isso é inegociável no Força do Vale”.


Pode parecer clichê começar com ‘eu sou do tempo…’, mas, de fato, sou do tempo em que a diagramação de um jornal envolvia tesoura, cola e letras recortadas à mão. Fotos eram reveladas em um quarto totalmente escuro, e o processo de busca pela notícia muitas vezes dependia de idas ao local ou, com sorte, de uma ligação telefônica precária. Naquele tempo, eu sonhava com o dia em que poderíamos ver a pessoa do outro lado da linha, e hoje, temos isso literalmente na palma da mão.

Vivenciei a era da máquina de escrever, e a satisfação de sermos o primeiro jornal da região a usar um computador foi imensa. No entanto, a frustração também veio, quando, em menos de dois anos, o equipamento já estava ultrapassado. A cada nova tecnologia, mal tínhamos quitado a anterior e ela já estava obsoleta. Ainda assim, essas inovações eram vistas como fundamentais: elas otimizavam nosso trabalho, tornavam as edições mais atraentes e garantiam que o jornal evoluísse. Foi assim, entre um equipamento e outro, que seguimos produzindo notícias, gerando empregos e, inevitavelmente, acumulando até lixo eletrônico.

Na impressão, os processos também mudaram muito. Antigamente, levar um jornal em preto e branco às bancas demorava cerca de 24 horas. Hoje, com apenas uma hora, conseguimos finalizar a edição, muitas vezes em cores.

Testemunhei, com grande admiração, a revolução no mundo da fotografia. Com a chegada da câmera Mavica, lá nos anos 90, a primeira a dispensar o uso de Filme, armazenando as fotos em um disquete, nos sentimos pioneiras. Imaginem que podíamos mostrar as fotos imediatamente aos entrevistados, algo impensável alguns anos antes. E agora? Qualquer pessoa com um celular tem uma câmera poderosa em mãos, com funções que muitos de nós nem conhecem completamente.

Foram momentos desafiadores, mas seguimos firmes, sempre comprometidos com a clareza e a transparência da informação. Hoje, em um mundo repleto de fake news, o desafio é ainda maior. É essencial reforçar nosso compromisso com a verdade e com o jornalismo ético e profissional. E a verdade, meus amigos, incomoda!

No meio destas quatro décadas tivemos perdas irreparáveis, que foram amenizadas focando também no trabalho. Tivemos e temos alegrias gigantes com a chegada dos filhos e netos, orgulho e amor que não cabem no peito.

E como milhares, no ano passado, fomos surpreendidos com o ciclone extratropical que inundou o Centro da cidade e deixou nossa redação submersa. Perdemos praticamente tudo, móveis, computadores, máquinas fotográficas, filmadoras. A memória do Força foi duramente atingida, nossos arquivos seguem ‘secando’ e sendo restaurados.

Em maio, novamente fomos atingidos. Como todos os flagelados, nossa motivação também esmoreceu. Foi difícil ver uma luz, e sabíamos que estávamos diante de uma grande decisão. Desistir era sim uma opção, mas o amor pelo ofício não deixou. Não estávamos – e nunca estivemos – sozinhos. Uma história de 40 anos merecia mais um capítulo. Por isso, além do jornal impresso, também precisávamos ampliar nossa presença no ambiente digital, com um portal de notícias atualizado em tempo real e iniciativas como podcasts, transmissões ao vivo e vídeos. E isso só foi possível graças ao talento do Eduardo Gonzatti Turatti, um autodidata fenomenal que tenho orgulho de também ser tia, o estúdio do Força é realidade.

Queremos estar mais perto do leitor, seja nas páginas impressas ou na tela de um smartphone, cumprindo nosso papel de combater a desinformação e oferecer conteúdo de qualidade.

A informatização e a globalização fizeram o mundo parecer menor, conectando as pessoas e acelerando a circulação de informações de maneira inimaginável décadas atrás. Mas, para nós, estar próximo da nossa comunidade continua sendo tão relevante quanto foi 40 anos atrás. Nosso leitor, independentemente da plataforma, é a razão de todo o nosso esforço”.

Agro Dália

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