Como os animais de estimação estimulam o cérebro
O convívio com os pets pode ajudar a reduzir estresse, além de beneficiar a saúde física e mental de adultos e crianças
Existem muitos motivos que levam alguém a querer ter um animal de estimação, desde a busca por uma companhia até o suporte emocional que alguns bichinhos podem oferecer quando treinados para isso. O convívio com os pets ainda estimula o ser humano em diferentes níveis cerebrais e pode trazer benefícios para a saúde física e mental das pessoas.
A lista de benefícios também contempla o âmbito emocional já que o estímulo da convivência com os animais pode ajudar a melhorar quadros de depressão, ansiedade e solidão.
Como animais de estimação estimulam o cérebro
Segundo a psiquiatra Graziela Stein, o que aproxima os humanos dos pets são as conexões emocionais. Os mamíferos têm o sistema límbico altamente desenvolvido, assim como os humanos. Esse conjunto de estruturas cerebrais é responsável pelas respostas emocionais e é por isso que animais mamíferos, como gatos e cachorros, sentem medo, tristeza, felicidade e amor.
— O que os humanos sentem pelos animais é, sem dúvida, amor. E toda conexão amorosa beneficia o cérebro, independentemente da idade — defende Stein.
Os benefícios para as crianças
Na infância, o convívio com os animais de estimação, sejam eles mamíferos ou não, pode significar lições valiosas para crianças. A rotina com um bichinho resulta no aprendizado de noções básicas de compaixão, empatia e respeito ao próximo. A psiquiatra do Hospital Moinhos de Vento Lorena Caleffi afirma que também permite trabalhar conceitos importantes, como o ciclo da vida.
— Para uma criança, ter um bichinho de estimação pode ajudar a desenvolver a capacidade de percepção de necessidades alheias. Crianças que não têm contato com animais até podem ter esse estímulo de outra forma, mas os pets facilitam muito esse aprendizado — acrescenta.
Lorena ressalta que o convívio com animal de estimação pode ser ainda mais benéfico para crianças com autismo ou dificuldade de relacionamento.
Os aspectos positivos para adultos e idosos
Já na vida adulta e na terceira idade, o convívio com os animais de estimação ajuda em outros aspectos, como a redução do estresse e melhora de quadros de depressão e ansiedade. De acordo com as especialistas, a interação dos humanos com os pets estimula a produção de serotonina e ocitocina, que são hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.
— Nessa mesma linha, eles auxiliam a melhora de doenças como ansiedade e depressão porque a troca afetiva e a percepção de ser importante e necessária para alguém. Isso muda a configuração dos nossos neurotransmissores e aumenta a liberação de serotonina e reduz a secreção de cortisol, que é o hormônio do estresse — acrescenta Lorena.
Saúde mental
Para casos mais graves de depressão e ansiedade, Graziela pontua que há formas de terapia que incluem a ajuda dos bichinhos. Existe, também, a possibilidade de ter um pet de suporte emocional, que pode acompanhar os humanos e ajudar em diferentes situações, como cachorros que são treinados para lembrar o dono de respirar fundo no meio de uma crise de ansiedade, por exemplo.
— Ter um animal de estimação pode ajudar, inclusive, a diminuir o risco de suicídio. Quando uma pessoa sabe que tem um ser vivo que depende exclusivamente dela e que precisa dos cuidados dela para viver, pode ser importante para esses quadros.
Além disso, os animais de estimação podem estimular outras atividades benéficas para a saúde física e mental dos humanos, como a prática de exercícios, passar tempo longe das telas, manter uma alimentação correta, beber água e visitar os médicos com frequência. Essas são ações que os tutores cuidam para não faltar na vida dos pets, mas que às vezes não incluem nas suas próprias vidas.
— É importante enfatizar que apesar de ser um bom caminho para conseguir melhoras ou ter contato com esses benefícios, não é o único. Tem pessoas que não gostam de bichinhos ou que não podem ter um por inúmeras razões, e é importante que elas não se sintam estigmatizadas ou julgadas por isso — declara Graziela.
Saber como os animais estimulam o cérebro, porém, pode ser mais um motivo para aqueles que gostam e que podem adotarem um bichinho.