Os moradores que foram atingidos recentemente pelas cheias, estão enfrentando dificuldades para reconstruir suas casas e negócios devido à falta de insumos na construção civil. Produtos essenciais como tijolos, areia, cimento e telhas estão em baixa ou fora de estoque, dificultando o avanço das obras.
Após as enchentes, a demanda por materiais de construção aumentou, mas o fornecimento não conseguiu acompanhar o ritmo. Estradas danificadas e pontes caídas, impactaram diretamente o transporte de mercadorias. Um dos trechos mais críticos é a ERS-129, entre Colinas e Roca Sales, onde o trânsito de caminhões tem sido evitado devido aos altos custos e desgaste dos veículos.
Derqui Pittol, proprietário de uma loja de materiais de construção em Encantado, relata que a escassez de tijolos é um dos principais problemas. “Nossos fornecedores da região foram atingidos. Os tijolos estão escassos, e a produção é complicada. Agora, estou adquirindo materiais de Gramado para atender à demanda. Tive que trocar de fornecedor”, explica. De acordo com o comerciante, os pedidos são realizados regularmente, mas sem prazos de entrega por parte das transportadoras.
A areia, em suas várias formas, também está difícil de conseguir. A única fonte de extração disponível é o rio Jacuí, de onde vem toda a areia para o Rio Grande do Sul, mas a alta demanda tem sobrecarregado os fornecedores. “Além disso, o cimento enfrenta dificuldades. Caminhões grandes estão evitando as entregas, e o custo do frete aumentou em um real por saco”, conta.
Esses problemas logísticos e de fornecimento estão retardando a recuperação e destacando a necessidade de planejamento antecipado para adquirir matérias. “É fundamental que planejem com antecedência a compra de materiais, pois a disponibilidade está incerta e os prazos de entrega estão cada vez mais longos”, conclui.