#Flores.Ser | Seguindo os passos do meu avô
Quando eu era pequeno, meu avô materno, Seu Campos, costumava passar horas no rádio. Ele era radioamador e adorava se conectar com pessoas de lugares distantes. Para mim, aquilo era quase mágica: ouvir vozes de gente que estava do outro lado do país, ou até de outros países, tudo por um pequeno aparelho na mesa dele.
Anos mais tarde, essa memória ganhou um novo significado para mim. Depois da catástrofe de maio – aquelas chuvas intensas que deixaram várias regiões da nossa cidade isoladas e sem comunicação por dias – percebi que eu precisava fazer algo. E foi aí que resolvi seguir os passos do meu avô. Decidi me tornar radioamador também.
Fiz as provas, enfrentei a burocracia, paguei as taxas… Tudo com uma intenção clara: estar preparado para futuras catástrofes. Vivemos em tempos em que as mudanças climáticas estão tornando eventos extremos mais frequentes. Chuvas intensas, secas prolongadas, calor fora de época… E, em momentos de crise, a comunicação é essencial.
Minha maior intenção ao me tornar radioamador é poder ajudar, não só a mim, mas também as pessoas da nossa comunidade. Quando tudo parece desconectar – sem luz, sem telefone, sem internet – o rádio continua firme, e isso pode ser a diferença entre ficar isolado ou receber ajuda.
Essa é uma pequena forma de adaptação que escolhi diante dos desafios climáticos. Talvez seja hora de todos nós pensarmos em como podemos nos preparar melhor para enfrentar o que vem pela frente.