#NolimarPerondi | Alguns vereadores de Encantado comentaram nos bastidores que parte dos colegas não permanece na sessão até o final
Empréstimo
Os financiamentos para empreendedores individuais, micro e pequenas empresas e produtores rurais que foram atingidos pela enchente de setembro, causadas por um ciclone extratropical, foram liberados no início de novembro. O governo federal optou em direcionar apenas aos bancos oficias, Banco do Brasil e Caixa, para repassarem esses valores. Também ficou acertado na Medida Provisória que estas subvenções seriam para produtores rurais e empresas que tiveram perdas em 92 municípios gaúchos que decretaram calamidade e que foram reconhecidos pelo estado.
Atenção
Uma situação específica está chamando a atenção. Foi noticiado recentemente que em menos de uma semana após da data de liberação o Banco do Brasil já havia promovido 1.180 contratos, somando R$ 125 milhões enquanto a Caixa Econômica Federal em 10 dias foram 213 contratos com valores totais de R$ 27 milhões emprestados. Conforme esta mesma fonte jornalística, antes mesmo da data da liberação algumas agências do BB na Serra enviaram mensagens aos seus clientes disponibilizando esse crédito o que alertou algumas entidades no sentido se ocorreu o devido respeito aos critérios.
Contradição
A primeira das contradições, quando editada a Medida Provisória para a liberação desses recursos, foi manter os 92 municípios com decreto de calamidade. O próprio governo do estado refez a contagem e identificou 20 municípios nestas condições. Mesmo assim o governo federal manteve os 92.
A MP também faz um regramento de que o responsável pela empresa ou propriedade rural deve apresentar uma declaração oficial com detalhes das perdas provocadas pela enchente. A total incoerência é que, com a manutenção dos 92 municípios, empreendimentos aonde não teve a ocorrência do evento climático podem acessar até R$ 150 mil com juros subsidiados e carência de dois anos.
Acesso
Com a pulverização dos recursos aos 92 municípios a probabilidade de quem teve comprovadamente prejuízos aqui da região não conseguir acessar o empréstimo é muito grande. A fonte também sinaliza para isso, já que mostra informações extraoficiais dando conta que dos R$ 25 milhões em contratos realizados pela Caixa Federal, nos primeiros dez dias, metade desse valor foram destinados aos oito municípios mais afetados pela enchente de setembro.
Local
A associação Comercial e Industrial de Encantado solicitou a agência do Banco do Brasil o número de operações da agência local e o volume dos recursos. Conforme o presidente da ACIE, Alex Herold, até agora a entidade não recebeu estas informações. A Federasul, por sua vez, entende que é necessário dar prioridade empreendimentos que tiveram perdas diretas, ou seja, que foram invadidas pelas águas.
Já o secretário de comunicação institucional do governo federal, Maneco Hansem, afirma que o Ministério da Fazenda acompanha e serão divulgas as operações quando finalizado no final do ano. Também consta na MP que declarações falsas sujeitarão os infratores a devolver os valores.
Resultado
Vamos aguardar essas informações, até porque este processo encerra no dia 31 de dezembro. Quero estar errado na avaliação já feita nesse espaço de que os municípios mais atingidos aqui da região alta terão participação pequena no acesso a estes recursos disponibilizados depois do maior evento climático do Rio Grande do Sul.
Foi equivocada a avaliação do estado em aceitar 92 municípios em calamidade, tentou refazer e diminuir para 20. O governo federal aceitou o primeiro levantamento e incluiu os 92 municípios, outro erro, e errou novamente quando autorizou apenas os bancos oficiais para serem os repassadores desses recursos. O resultado será poucos recursos diante de todos os prejuízos na região.
Sinais
O vereador Diego Pretto usou a tribuna na sessão desta semana da Câmara de Vereadores de Encantado e disse que teria visitado várias famílias no final de semana. Mesmo afirmando não ter comprovado a informação, salientou a queixa de que os aluguéis no município teriam subido muito depois das enchentes. Exemplificando salientou que aluguéis de imóveis que antes estavam em R$ 500,00, R$ 600,00 ou R$ 700,00 agora estariam em R$ 1.900,00 e pavilhões que antes estariam R$ 500,00 ou R$ 1.000,00 agora está R$ 5.000,00 , R$ 6.000,00. Sugeriu uma reunião com as imobiliárias.
Residências
O vereador Cris Costa falou na tribuna sobre o silêncio da oposição com a notícia da semana que Encantado foi contemplado com 180 residências do governo federal. Afirmou que a administração não foi reconhecida pelo feito: “Nós temos que ser justos e não oportunistas de só subir aqui para reclamar, para falar que está ruim, vamos agradecer e parabenizar quando as coisas são bem feitas”.
Observação
Alguns vereadores de Encantado comentaram nos bastidores que parte dos colegas não permanece na sessão até o final, o que consideram além da clara e notória falta de respeito uma falta de responsabilidade, pois é apenas uma sessão semanal e recebem para isso. Parece ser comum, para alguns, quando inicia os discursos na tribuna simplesmente deixam a sessão e vão embora.
Tem aqueles ainda que vão à tribuna e depois saem deixando os próximos falando quase sozinhos. Registrada a observação, até porque a sessão só termina quando o presidente assim declara.
Eleição
Falta menos de um ano para as eleições municipais e nas rodas de conversas já prospectam cenários. Alguns, mais afoitos ou se julgando entendidos, apostam em nomes e inclusive possíveis vencedores. Até o momento não vi nada de novidade, senão mais dos mesmos com suas sempre retóricas de inovação e modernidade. A política é algo surreal, parece ser o campo mais fecundo para o renascimento. O símbolo deveria ser o lendário pássaro Fênix, que também representa o eterno recomeçar, o grande problema é que não perde a essência ao se tratar sempre da mesma “criatura”.
Política
Semana passada publiquei uma frase do estadista mais importante na Alemanha do século XIX, Oto Von Bismarck, que também ficou conhecido como chanceler de ferro quando uniu a Alemanha. “Nunca se mente tanto como antes de uma eleição, durante uma guerra e depois de uma caçada”. Há quem diga que faltou na frase também ‘depois de uma pescaria’ e eu acrescentaria durante a formação de possíveis coligações políticas. Tem candidato usando da técnica do Baiacu, quando ameaçado o peixe incha o corpo para parecer maior que na realidade é. E se caso comer, sem fazer a devida limpeza, pode causar séria intoxicação.