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Polícia Civil faz ação nacional contra tráfico online de medicamentos abortivos

Grupo preso vendia misoprostol pela internet e orientava mulheres sobre interrupção da gravidez

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou nesta segunda-feira a Operação Aurora contra um grupo que traficava medicamentos usados em aborto e fornecia orientações ilegais pela internet. As ações ocorreram em oito estados, com dois casais presos em flagrante.


Investigação começou após caso em Guaíba

A apuração teve início em 2 de abril, quando uma mulher deu entrada em um hospital de Guaíba com dores intensas após ingerir Cytotec (misoprostol) adquirido na internet.
Ela relatou ter recebido instruções de uma suposta profissional que atuava por chamada de vídeo durante o procedimento.

Segundo a Polícia Civil, a gestante perdeu dois fetos e indicou ter encontrado o contato da rede criminosa após buscar informações sobre aborto na rede social TikTok.

A delegada Karoline Calegari afirma que a mulher foi incluída em um grupo de mensagens com mais de 250 integrantes, chamado “Sinta-se Acolhida”.

“Era um espaço para compartilhar experiências e incentivar abortos. E os administradores proibiam a divulgação dessas informações fora do grupo”, disse a delegada.


Grupo atuava em oito estados

A Operação Aurora cumpriu ordens no RS, Paraíba, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Os investigados mantinham uma estrutura voltada para a venda irregular de medicamentos controlados, com foco no misoprostol, e repassavam tabelas de preços e instruções sobre doses conforme o período gestacional.

De acordo com a investigação, a mulher que se apresentava como profissional não prestou assistência no momento do procedimento.

“A gestante agendou o procedimento com sua ‘doutora’, mas foi negligenciada. Foi então que procurou atendimento médico”, relatou Calegari.


Ação teve apoio do Ministério da Justiça

A ofensiva contou com suporte da Secretaria Nacional de Segurança Pública, por meio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência, dentro do Projeto Impulse, que integra o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas.

“Esse apoio demonstra a articulação das Polícias Civis na defesa da integridade física das mulheres e na proteção da vida”, afirmou a delegada.

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