Rio Grande do Sul

Ex-secretário do RS é investigado por suspeita de favorecimento em licitação

A Polícia Federal (PF) investiga um possível esquema de favorecimento envolvendo Carlos Rafael Mallmann, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul. A apuração indica que, enquanto atuava como assessor jurídico de um consórcio público de municípios, Mallmann teria recebido R$ 15 mil para beneficiar uma empresa em uma licitação para compra de telas interativas, em 2021.

A investigação detalha que o pagamento teria sido intermediado por articuladores da empresa Smart, identificados como Cliver André Fiegenbaum e Marcelo Augusto Mallmann, que também é investigado. Segundo a PF, a quantia de R$ 15 mil seria destinada a Carlos Rafael Mallmann para que ele indeferisse recursos de empresas concorrentes, favorecendo a licitação vencida pela Smart.

A licitação foi realizada no âmbito do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Taquari (Consisa), onde Mallmann atuava como consultor jurídico. A PF encontrou mensagens que indicam a negociação de pagamento via Pix e dinheiro, totalizando os R$ 15 mil. O esquema teria envolvido a compra de 377 telas interativas pela prefeitura de São Leopoldo, com valor total de R$ 9,5 milhões, sendo parte adquirida por adesão à ata de registro de preços do consórcio e outra por licitação própria. A investigação aponta que em ambos os casos teria ocorrido direcionamento.

Em dezembro de 2024, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão para investigar o caso, que também envolveu a compra das telas interativas por outras prefeituras. Na ocasião, Marcelo Mallmann ocupava cargo de confiança na Casa Civil e Cliver Fiegenbaum era diretor da Metroplan, órgão estadual. Ambos foram exonerados dois meses após a operação, em fevereiro, após investigações sobre desvio de emendas parlamentares, originadas da apuração sobre as telas interativas.

Carlos Rafael Mallmann deixou o cargo de secretário na última semana, após a conclusão de sua exoneração a pedido. Apesar das investigações, o ex-secretário não foi afastado imediatamente após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão. Marcelo Mallmann, por sua vez, também pediu exoneração de seu cargo na Secretaria Municipal de Educação de Estrela, onde atuava como secretário.

O inquérito segue em andamento, e os envolvidos continuam sendo investigados. Até o momento, a Polícia Federal não concluiu a apuração.

Posicionamentos das partes envolvidas

Em nota, a defesa de Carlos Rafael Mallmann afirmou que não há “elementos concretos” na investigação, e que considera o arquivamento como “a consequência natural”.

Os advogados de Marcelo Augusto Mallmann reiteraram que ele “demonstrará a inexistência de qualquer envolvimento ilícito” nos fatos apurados. Marcelo se disse tranquilo quanto à sua conduta e destacou que a exoneração de seu cargo foi uma decisão pessoal, visando à defesa de sua honra.

O governo do Estado, por meio do Palácio Piratini, ressaltou que os fatos investigados ocorreram antes da entrada dos envolvidos no governo estadual e que a operação não tem relação com as atividades do Executivo. O governo também reafirmou sua disposição para colaborar com as investigações, assegurando que não compactua com qualquer prática irregular.

Investigações em andamento

A apuração dos fatos segue sob responsabilidade da Polícia Federal, que está analisando as evidências e realizando as diligências necessárias para esclarecer as circunstâncias da licitação e o possível envolvimento de servidores públicos e privados no esquema. O caso ainda não tem prazo definido para conclusão, e novas medidas podem ser tomadas conforme o andamento da investigação.

Publicidade

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo
Fale conosco!