Governo Maduro ordena bloqueio do X na Venezuela por 10 dias
O governo de Nicolás Maduro determinou o bloqueio da rede social X (anteriormente Twitter) na Venezuela por 10 dias, conforme anunciado pelo presidente nesta quinta-feira (8). O início do bloqueio ainda não foi especificado.
Maduro alegou que a rede social e seu proprietário, Elon Musk, violaram normas ao incitar ódio e conflitos na Venezuela. “A rede social X, e Elon Musk, dono do X, violou todas as normas da própria rede social, incitando o ódio, o fascismo, a guerra civil, a morte e o enfrentamento entre venezuelanos. E aqui se respeita a lei. Por isso foi assinada uma proposta feita pela Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), que decidiu retirar a rede social X durante 10 dias. Fora X da Venezuela por 10 dias”, afirmou o presidente.
O relacionamento entre Maduro e Musk tem sido conturbado desde as eleições venezuelanas de 28 de julho. Maduro acusou Musk de estar por trás do ataque hacker ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no dia da votação. Musk, por sua vez, tem trocado acusações com Maduro nas redes sociais. Em 30 de julho, Maduro questionou Musk através do X, e o bilionário respondeu afirmando que aceitava o desafio.
A Venezuela está em meio a protestos liderados pela oposição, que contesta a reeleição de Maduro e exige transparência nos resultados eleitorais. Mais de 24 pessoas morreram em confrontos. Maduro se encaminha para um terceiro mandato consecutivo, totalizando 18 anos no poder. A Organização dos Estados Americanos (OEA) não reconheceu o resultado das eleições, e Brasil, Colômbia e México pediram a divulgação das atas eleitorais e a resolução do impasse eleitoral de forma institucional.
A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, contesta os resultados desde a votação. González se autoproclamou presidente na segunda-feira (5), e Maduro respondeu afirmando que ele e Machado devem ser punidos. Machado, em um editorial ao “The Wall Street Journal”, afirmou estar escondida e com medo por sua segurança. González e Machado alegam ter realizado uma contagem paralela das atas eleitorais, que indicaria uma vitória para González. O CNE declarou Maduro vencedor com 51,95% dos votos, contra 43,18% para González.
O Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação criminal contra González e Machado por usurpação de funções e outros crimes relacionados ao comunicado de González. O MP, sob a direção do procurador-geral Tarek William Saab, é alinhado com o governo de Maduro.