Dois bebês morrem em menos de 24h em hospital de Balneário Camboriú; mães alegam falha no atendimento
Dois bebês faleceram em um intervalo de 24 horas no Hospital Ruth Cardoso, localizado em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Os pais dos menores alegam falhas no atendimento médico.
A Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCami) de Balneário Camboriú e o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina iniciaram investigações para apurar as circunstâncias dos óbitos.
Em nota, a prefeitura informou que o hospital forneceu toda a assistência necessária, incluindo atendimentos médicos e exames para ambos os casos. As famílias dos bebês não se conheciam e não tiveram contato entre si.
O primeiro bebê, um menino de 1 ano e 9 meses, foi admitido no hospital na quinta-feira (8) com febre alta e dificuldades respiratórias. Segundo a mãe, Manuela Francisco Martins, a criança foi liberada com a recomendação de tratamento para bronquiolite. Ela retornou ao hospital no sábado (10) com a condição do filho piorando e o menino faleceu no domingo (11). Manuela relatou: “Exigi que fizessem dois raios-X, mas disseram que o pulmão estava limpo e me mandaram para casa. No sábado, internaram meu filho no último minuto, quando já era tarde demais.”
A mãe do segundo bebê, um menino de 6 meses, levou o filho ao hospital no sábado (10) com febre alta. Após ser liberado, o bebê foi levado de volta ao hospital e internado na madrugada de domingo (12). Segundo Aline Lubke, a criança só recebeu suporte respiratório após muita insistência. O menino faleceu na manhã de segunda-feira (12).
A diretora do Hospital Ruth Cardoso, Syntia Sorgato, esclareceu: “A primeira criança estava em estado grave e uma vaga de UTI foi solicitada. Contudo, a evolução rápida do caso resultou no óbito antes da transferência. Ambos os casos são considerados graves e estão sendo investigados por nossa comissão de óbitos e pela Comissão da Região da Foz do Rio Itajaí.”
A Prefeitura de Balneário Camboriú, por meio da Secretaria de Saúde, expressou pesar pelas perdas e afirmou que os atendimentos foram realizados de forma rápida e adequada. O hospital não considera que se trate de infecção hospitalar, conforme as normas da ANVISA.
O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) informou que está investigando o caso, mas as investigações são sigilosas de acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.306/2022, que proíbe manifestações públicas sobre processos em andamento.