Homem apontado como líder de facção no RS destitui advogado em plenário e júri é cancelado
José Dalvani Nunes Rodrigues, conhecido como Minhoca, responde por um homicídio qualificado que aconteceu em dezembro de 2016
O primeiro dos quatro júris agendados para julgar o traficante José Dalvani Nunes Rodrigues, conhecido como Minhoca, foi suspenso hoje ao meio-dia. Após a seleção dos jurados, Minhoca optou por substituir sua equipe de advogados, liderada por Jean Severo, na 2ª Vara do Júri do Foro Central, Porto Alegre.
Como resultado, a juíza Anna Alice da Rosa Schuch dissolveu o Conselho de Sentença, ressaltando a necessidade de defesa para todo réu. Minhoca e outros dois réus enfrentam acusações de homicídio qualificado ocorrido em dezembro de 2016 no bairro Mário Quintana.
O Ministério Público acusou a defesa de uma manobra para adiar o julgamento, alegando “má-fé processual” e anunciou que notificará a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Solicitou também uma nova sessão dentro de dez dias, com a Defensoria Pública representando José Dalvani.
Jean Severo, contatado pela GZH, declarou que o réu não estava em condições de participar do julgamento devido à surdez e a deterioração física e mental decorrente de sete anos em um presídio federal. Ele lamentou a falta de sensibilidade da magistrada em remarcar a data e ressaltou a disposição da defesa para o julgamento.
Além deste júri, Minhoca enfrenta outras três sessões em Porto Alegre nos próximos dias. A substituição da defesa neste processo levanta dúvidas sobre o andamento das próximas sessões.
Os outros dois réus deste processo foram concedidos liberdade provisória durante a audiência, caso não estejam detidos por outros motivos.
Minhoca enfrenta acusações em três outros processos distintos por homicídios e tentativas de homicídio ocorridos entre 2016 e 2017 em diferentes bairros de Porto Alegre. Ele já foi absolvido em novembro de 2023 da acusação de ser o mandante da morte de um casal no bairro Passo das Pedras em 2017.