Leandro Boldrini, responsável pela morte do filho, perde registro médico no Conselho Federal de Medicina
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Na terça-feira, 11 de fevereiro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) cassou o registro profissional do médico Leandro Boldrini, a pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Esta foi a primeira vez que o MPRS atuou administrativamente junto a um conselho de medicina, e a decisão foi tomada de forma unânime por 25 conselheiros.
Leandro Boldrini, condenado a mais de 31 anos de prisão pelo assassinato de seu filho Bernardo Boldrini, em 2014, na cidade de Três Passos, cumpre pena no regime semiaberto. Em novembro de 2023, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) havia decidido pela absolvição de Boldrini em um processo disciplinar, permitindo que ele seguisse com a atividade profissional. Após essa decisão, o MPRS recorreu junto ao CFM, que aceitou a intervenção e a participação no processo ético-profissional.
Durante a sessão, a promotora de Justiça Alessandra Moura Bastian da Cunha, coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas (CAOCRIM), defendeu a cassação, destacando que o médico não apenas participou do homicídio de seu filho, mas também usou seus conhecimentos médicos no crime. Ela ressaltou que a tortura, além do homicídio, é vedada pelo código de ética médica.
A decisão do CFM, que foi favorável ao MPRS, resultou na cassação do registro médico de Leandro Boldrini, encerrando o processo administrativo iniciado pelo Ministério Público.