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Polícia

Menino que comeu bolo contaminado em Torres escreve carta com pedido de orações

O menino de 10 anos que comeu um bolo contaminado com a família escreveu uma carta em que pede orações por ele e pelas vítimas que morreram após a ingestão da sobremesa. A mensagem foi entregue ao avô dele, com destino a dois padres. Ele é sobrinho-neto da mulher de 61 anos que fez o bolo. Os dois estão hospitalizados desde o último dia 23 de dezembro, quando o alimento foi consumido, em Torres.

No início da semana, a criança teve alta da UTI e foi para um leito do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. A outra paciente apresentou piora no quadro de saúde e por isso segue internada na ala de tratamento intensivo. O estado de saúde deles é considerado estável.

O pequeno perdeu a mãe Tatiana Denize Silva dos Anjos, 43 anos, a avó Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e a outra tia-avó, Maida Berenice Flores da Silva. O marido de Maida também foi intoxicado mas já recebeu alta.

No texto entregue aos religiosos, a criança pede que as vítimas descansem e tenham paz eterna. O menino também justifica que não estará presente em missas porque continua internado no hospital.

“Quero pedir que minha mãe, dinda e vó descansem em paz. Que Deus acolha elas e dê a paz eterna. Eu não posso estar presente pelo motivo de estar hospitalizado ainda. Gostaria que fizessem uma oração por elas e por mim. Obrigado”, diz a cartinha.

Presença de veneno em bolo

Exames detectaram a presença de arsênio no sangue dos dois sobreviventes. Além deles, a substância também estava no corpo de Neuza. O químico é a base do veneno arsênico, e estaria presente no bolo que os três ingeriram.

De acordo com a Polícia Civil, a presença da toxina no sangue das vítimas reduz as chances de intoxicação alimentar como a causa dos óbitos. A principal suspeita, até o momento, é de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas a instituição enfatiza que nenhuma possibilidade é descartada.

Uma motivação dolosa para as mortes, ou seja, quando existe a intenção de cometer o crime, ainda é considerada pouco provável. A crença dos investigadores é apoiada em oitivas de pessoas próximas aos envolvidos. Pelo menos 15 pessoas já foram ouvidas.

Fonte
Correio do Povo
Agro Dália

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