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MPRS e Polícia Civil prendem empresários por esquema de corrupção em contratos de limpeza no RS

Operação Laranjal II investiga uso de laranjas, conluio em licitações e violações trabalhistas em empresas com contratos de quase R$ 100 milhões

Empresários foram presos nesta segunda-feira (1º) em ação conjunta do Ministério Público do RS e da Polícia Civil, que apura fraudes em contratos públicos de limpeza urbana. O esquema envolvia empresas de fachada, dumping social e ocultação de bens em negócios que somam quase R$ 100 milhões.

Esquema burlava licitações e ocultava patrimônio

A Operação Laranjal II teve como foco empresas terceirizadas que atuavam de forma coordenada para fraudar licitações em ao menos 37 certames públicos, simulando concorrência entre firmas com sócios ocultos.

  • As propostas eram enviadas de um mesmo endereço de IP

  • Em alguns casos, uma empresa recorria em nome da outra

  • Contratos envolvem as empresas Porto Serviços, JQL Serviços e SV Apoio Logístico LTDA

Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Porto Alegre, Butiá e Mostardas. Os empresários presos são Carlos Alberto Serba Varreira e Renato Carlos Walter, também investigados na primeira fase da operação.

Dumping social e prejuízo ao erário

Além das fraudes licitatórias, o MPRS aponta a prática recorrente de dumping social, com a supressão de direitos trabalhistas:

  • Falta de pagamento de salários e encargos

  • Benefícios sonegados aos funcionários

  • Estado arcando com os passivos em novas contratações emergenciais

Segundo o MPRS, o modelo representava uma forma de concorrência desleal, prejudicando empresas regulares e os próprios trabalhadores.

Veículos de luxo e empresas de fachada

As investigações indicam que, mesmo após medidas judiciais anteriores, os suspeitos mantiveram o modus operandi, apenas substituindo os “laranjas” por novos nomes. Entre os bens ocultados, consta um veículo de luxo avaliado em R$ 400 mil, negociado diretamente por um dos empresários, mas registrado em nome de uma empresa-fachada.

“A Promotoria segue atuando para garantir a responsabilização dos envolvidos e a recuperação dos recursos desviados”, disse o promotor Adriano Marmitt.

Contratos já haviam sido suspensos

Em julho, o MPRS conseguiu na Justiça a suspensão de contratos da SV Apoio Logístico com o Estado e o Município de Porto Alegre, além do:

  • Bloqueio de bens até R$ 6 milhões

  • Inclusão das empresas no CEIS, cadastro de impedidos de contratar com o poder público

  • Proibição de novos contratos com órgãos públicos

  • Quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos (2022–2025)

A operação mobilizou 32 agentes da Polícia Civil e teve apoio da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE).

Fonte: MPRS

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