A Justiça de Vera Cruz condenou Luís Carlos Soares, babalorixá de 63 anos, a uma pena de 44 anos e seis meses de reclusão por estupro de vulnerável (três vezes), corrupção ativa de testemunha e coação no curso do processo. A sentença, assinada pela juíza Fernanda Rezende Spenner, determina que Soares permaneça preso, sem direito a recurso em liberdade.
O caso, revelado exclusivamente no ano passado, envolve denúncias de mães cujas filhas frequentavam o centro religioso do babalorixá, localizado no Bairro Araçá, em Vera Cruz. Testemunhos indicam que pelo menos três crianças foram vítimas de abuso sexual, com relatos de comportamento estranho observado pelas famílias.
Uma das mães, de 31 anos, relatou que o babalorixá abusou de sua filha de 10 anos em diversas ocasiões. Outra mãe, de 30 anos, também revelou que o mesmo acusado havia abusado de sua filha de 8 anos. Ambas as crianças demoraram a contar sobre os abusos por medo de represálias.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia de Vera Cruz, resultou em um mandado de prisão preventiva em abril, após solicitação da delegada Lisandra de Castro de Carvalho. Soares tornou-se foragido, sendo posteriormente localizado em uma residência em Encantado, Vale do Taquari, durante uma operação em 18 de maio, Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
De acordo com a delegada, a investigação revelou que o babalorixá aproveitava a confiança estabelecida pela religião para abusar de crianças desprotegidas enquanto as mães participavam das cerimônias religiosas. A prisão foi efetuada pela Polícia Civil de Vera Cruz, encerrando o período de fuga do condenado.
