
A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a namorada de 15 anos do adolescente que matou os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no noroeste fluminense, participou ativamente do crime. A investigação, conduzida pela 143ª DP, indica que o casal manteve conversas com planejamento detalhado dos assassinatos.
As mortes ocorreram no dia 21 de junho. A jovem, moradora de Mato Grosso, foi apreendida pela polícia em seu estado no Manipulação emocional e plano conjunto
Segundo o delegado Matheus Soares, a adolescente tinha influência emocional sobre o garoto e o incentivou diretamente ao crime. Logo após o assassinato do pai, o jovem enviou um áudio dizendo “matei meu pai”, e ela respondeu: “atira nela agora”, referindo-se à mãe.
As mensagens reveladas mostram que a jovem pressionava o namorado, inclusive com ameaças de término, e sugeria formas de execução e ocultação dos corpos.
Relacionamento à distância e histórico virtual
O casal se conhecia desde os oito anos, por meio de jogos online, e mantinha um relacionamento virtual. O plano criminoso foi motivado pela intenção do garoto de viajar até o Mato Grosso para encontrá-la, o que havia sido proibido pelos pais dele dias antes do crime.
A adolescente chegou a exigir que ele “mostrasse que era homem” e demonstrasse coragem para vê-la pessoalmente.
Conversas detalham premeditação
• O casal discutiu qual arma usar, cogitando faca ou revólver do pai.
• Planejaram apagar digitais com uso de luvas e esconder os corpos.
• Chegaram a falar em jogar os corpos a porcos e colocar arma na mão do irmão mais novo.
• O plano incluía matar a mãe da adolescente, que também era contra o relacionamento.
Execução e ocultação
O adolescente esperou a família dormir, tomou um suplemento para se manter acordado e utilizou a arma escondida do pai. Após o crime, limpou a casa com produtos químicos e ocultou os corpos na cisterna da residência.
Em depoimento, afirmou ter matado o irmão para que ele não crescesse sem os pais. O revólver foi levado da casa com a intenção de ser usado contra a mãe da namorada.
Com base nas provas reunidas, a Polícia Civil concluiu que a adolescente de Mato Grosso teve participação ativa e premeditada no crime, e o casal mantinha comunicação constante durante e após os assassinatos. A investigação foi encerrada com o pedido de responsabilização de ambos.