
A Polícia Civil de São Paulo identificou nesta sexta-feira (17) dois postos de combustível suspeitos de vender etanol adulterado com metanol para abastecer fábricas clandestinas de bebidas alcoólicas. O produto estaria ligado a ao menos três mortes por intoxicação na capital paulista.
Locais sob investigação
As fiscalizações ocorreram em São Bernardo do Campo e Santo André, na Grande São Paulo. Segundo a polícia, o posto de Santo André seria o principal fornecedor do material. Um dos estabelecimentos já havia sido citado na Operação Carbono Oculto, que apura a infiltração da facção criminosa PCC no setor de combustíveis.
Agentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) acompanharam as inspeções e recolheram amostras para análise.
Risco químico
O metanol é um composto altamente tóxico e não é permitido como combustível veicular nem como aditivo. Seu uso é restrito a ambientes industriais, e a ANP admite apenas até 0,5% da substância no etanol comercializado, por conta de resíduos naturais do processo produtivo.
Quando ingerido, o metanol pode causar cegueira, danos neurológicos graves e morte.
Fábrica clandestina e mortes
A operação desta sexta-feira é um desdobramento da investigação que desmantelou, na semana passada, uma fábrica clandestina de bebidas em São Bernardo do Campo. O grupo é suspeito de produzir e vender bebidas falsificadas com etanol contaminado.
Na primeira fase da operação, uma mulher foi presa em flagrante como responsável pela produção ilegal. Entre os novos alvos estão parentes da suspeita — o pai, o ex-marido e outra mulher.
As bebidas adulteradas foram associadas às mortes de Ricardo Lopes Mira (54) e Marcos Antônio Jorge Junior (46), que consumiram o produto em um bar na Zona Leste, e ao caso de Claudio Baptista, internado em estado grave após beber em um bar da Zona Sul.
A polícia também localizou o fornecedor das garrafas utilizadas para o envase das bebidas falsificadas.