
Durante a Assembleia Geral da ONU, Donald Trump afirmou ter se encontrado com Luiz Inácio Lula da Silva, que os dois trocaram abraços e combinaram uma conversa para a próxima semana. O encontro acontece após a imposição de tarifas pesadas dos EUA contra o Brasil e críticas mútuas entre os governos.
Encontro relâmpago e afagos públicos
O presidente dos Estados Unidos relatou que encontrou Lula nos corredores da ONU, logo após o discurso do brasileiro, e que a conversa durou menos de 30 segundos. Ainda assim, Trump descreveu o momento como “um bom sinal” e disse ter tido “excelente química” com o líder brasileiro.
“Ele parece um homem muito agradável, eu gosto dele e ele gosta de mim. Gosto de fazer negócios com pessoas de quem gosto”, declarou o republicano, arrancando risos da plateia.
O gesto público de aproximação surpreendeu, já que horas antes Trump havia endurecido o tom ao se referir ao Brasil em seu discurso oficial. Ele acusou o país de interferir em liberdades civis e mencionou perseguições políticas e corrupção no sistema de Justiça.
Críticas e clima de tensão diplomática
Antes do encontro, Trump havia anunciado tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a taxação total para 50%. A medida foi justificada como resposta a uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança e à economia dos Estados Unidos.
O governo americano alega que o Brasil estaria violando direitos fundamentais ao perseguir opositores políticos, em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe.
Além das tarifas, Washington aplicou sanções contra autoridades brasileiras e restringiu vistos de integrantes do Judiciário e do Executivo.
Lula reage com discurso e diplomacia
No plenário da ONU, Lula respondeu com críticas à política externa americana e às sanções, que classificou como “arbitrárias”. Reforçou que a soberania brasileira é inegociável e defendeu a independência entre os Poderes.
Mesmo com o cenário de tensão, Lula vinha sendo pressionado internamente a buscar diálogo com os Estados Unidos. A promessa de conversa com Trump, marcada para a próxima semana, pode abrir caminho para uma possível negociação sobre as tarifas.
O formato e os termos dessa reunião ainda não foram divulgados oficialmente.