
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fundamentou a prisão preventiva do ex‑presidente Jair Bolsonaro citando o rompimento da tornozeleira eletrônica, registrado às 0h08min de sábado, como indício de tentativa iminente de fuga. O dispositivo teria sido violado menos de seis horas antes da Polícia Federal cumprir o mandado de prisão no endereço de Bolsonaro em Brasília.
Segundo o despacho de 17 páginas, Moraes aponta que a convocação de apoiadores—ainda pelo filho do ex‑presidente, o senador Flávio Bolsonaro—configurou outro risco à ordem pública. A decisão constata que “a informação evidencia a intenção do condenado de romper a tornozeleira para garantir êxito em sua fuga”.
Para o ministro, além da quebra do monitoramento eletrônico, pesaram no decreto de prisão:
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A convocação de vigília e manifestações em frente ao condomínio do ex‑presidente.
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A movimentação de apoio que poderia gerar tumulto e facilitar eventual fuga.
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A menção, no mesmo processo, a envolvimento de outros investigados que estariam foragidos ou em grave situação jurídica.
Moraes fixou que a condução deve ser feita sem exposição de algemas e em “ambiente compatível com a condição de ex‑chefe de Estado”. O ex‑presidente foi levado à sede da Polícia Federal em Brasília, onde permanecerá em sala administrativa.
Medidas complementares
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Instalação de médico de plantão 24 horas no local para acompanhar o estado de saúde de Bolsonaro.
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O mandado de prisão foi expedido por crime distinto à condenação anterior de 27 anos e três meses. O inquérito investiga coação ao STF e atividade de organização criminosa.
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A decisão será submetida aos demais ministros do STF em sessão virtual.






