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Na África do Sul, Lula diz que G20 deve liderar transição energética e cita avanços da COP30

Presidente afirmou que o grupo responde por 77% das emissões globais e defendeu novo modelo econômico diante das mudanças climáticas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (22), durante a primeira sessão da cúpula do G20 em Joanesburgo, que o grupo das maiores economias do mundo é responsável por 77% das emissões globais. Ele disse que, por esse motivo, cabe ao bloco assumir papel central na construção de um novo modelo para a transição energética discutida na COP30, em Belém.No discurso, Lula mencionou que a conferência no Brasil iniciou uma etapa de compromissos renovados, voltados tanto à redução das emissões quanto à adaptação à nova realidade climática. Segundo ele, a participação ampliada de setores da sociedade reforçou o peso político da reunião.

Defesa de um plano global para transição energética

O presidente afirmou que o G20 deve ser responsável por orientar um “mapa do caminho” para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Ele citou que propostas discutidas em Belém, durante a COP30, teriam criado as bases para esse debate.

Ao comentar o financiamento climático, Lula afirmou que o volume de recursos mobilizado hoje é insuficiente diante da necessidade global e comparou os valores destinados a ações ambientais com os gastos militares anuais.

O discurso também destacou a importância de obras de infraestrutura e políticas públicas para mitigar danos provocados por eventos extremos, ressaltando que metade da população mundial não possui proteção social adequada.

Proteção social e ações para populações vulneráveis

Lula citou a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, apresentada na COP30, que lista compromissos como:

  • fortalecimento da proteção social;
  • apoio a pequenos produtores;
  • alternativas de renda para comunidades que vivem em áreas de floresta.

Ele afirmou que o G20 pode influenciar cadeias alimentares por meio de políticas como compras públicas, seguros rurais e incentivos à preservação de florestas.

Críticas ao uso da força na América Latina

Mais cedo, durante outra sessão do encontro, Lula afirmou que crises políticas e econômicas na América Latina e no Caribe não serão solucionadas por meio de ações militares. A declaração ocorre em meio a tensões envolvendo operações norte-americanas no Caribe.

Segundo o presidente, a instabilidade regional exige respostas diplomáticas e medidas que atendam às demandas de países em desenvolvimento. Ele citou que conflitos como os da Ucrânia e de Gaza têm efeitos diretos sobre a segurança energética e alimentar.

Lula também criticou políticas de austeridade adotadas em diferentes países, dizendo que elas ampliaram desigualdades e tensões econômicas.

“O protecionismo e o unilateralismo ressurgem como respostas fáceis para a complexidade da realidade atual”, afirmou.

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