Com os quatro prefeitos presos nesta quarta-feira (19), durante uma operação que investiga uma possível organização criminosa comandada por um grupo empresarial, Santa Catarina soma ao menos 27 prisões de gestores públicos nos últimos quatro anos (veja lista abaixo).
Os quase 30 representantes municipais foram detidos em ações do Ministério Público e da Polícia Civil.
O primeiro caso ocorreu em agosto de 2020, com a prisão de Orildo Severgnini, então prefeito de Major Vieira, no Norte de Santa Catarina. Ele foi detido na segunda fase na operação ‘Et Pater Filium’, que investigava crimes de corrupção, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
Ele presidia a Federação Catarinense de Municípios (Fecam) à época,e chegou a enviar ao órgão uma carta de renúncia.
Desde então, vieram mais 26 prisões em diferentes ações do Ministério Público de Santa Catarina, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Especial Anticorrupção (Geac), e da Polícia Civil.
Só na operação Mensageiro, que colocou sob a mira do MP e da polícia um suposto esquema de corrupção na licitação de lixo em várias cidades de Santa Catarina, foram 17 prisões de gestores municipais desde dezembro de 2021.
Segundo as investigações comandadas pelo Gaeco, uma empresa catarinense seria a responsável por pagar propina para agentes públicos no estado para ter acesso a licitações em diferentes municípios.
Um empresário seria o responsável pela interlocução com agentes públicos para a negociação de propina, conforme os investigadores. Esse “mensageiro” não trabalharia mais na empresa há 10 anos, mas fazia o papel de interlocutor com os agentes públicos.
Prefeitos presos:
? Operação Et Pater Filium
Segunda fase, em agosto de 2020
- 1) Orildo Antônio Severgnini (MDB), de Major Vieira
Quarta fase, em julho de 2021
- 2) Adelmo Aberti (PSL), de Bela Vista do Toldo
Sétima fase, em abril de 2022
- 3) Beto Passos (PSD), de Canoinhas
? Operação Mensageiro
Primeira fase, em dezembro de 2022
- 4) Deyvisonn Souza (MDB), de Pescaria Brava
- 5) Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva
- 6) Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul
- 7) Marlon Neuber (PL), de Itapoá
Segunda fase, em fevereiro de 2023
- 8)Antônio Ceron (PSD), de Lages
- 9) Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo
Terceira fase, em fevereiro de 2023
- 10) Joares Ponticelli (PP), de Tubarão
Quarta fase, em abril de 2023
- 11) Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá
- 12) Adriano Poffo (MDB), de Ibirama
- 13) Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira
- 14) Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba
- 15) Patrick Correa (Republicanos), de Imaruí
- 16) Luiz Shimoguri (PSD), de Três Barras
- 17) Alfredo Cezar Dreher (Podemos), de Bela Vista do Toldo
- 18) Felipe Voigt (MDB), de Schroeder
- 19) Luis Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim
Quinta fase, em abril de 2024
- 20)Clézio José Fortunato (MDB), de São João do Itaperiú
? Operação Travessia, em janeiro de 2024
- 21) Douglas Elias Costa (PL), de Barra Velha
? Operação Limpeza Urbana, em janeiro de 2024
- 22) Ari Wollinger, o Ari Baguio (PL), de Ponte Alta do Norte
? Operação Terra Nostra, em abril de 2024
- 23) Gustavo Cancellier (PP), de Urussanga
? Operação Fundraising, em junho de 2024
- 24) Clori Peroza (PT), de Ipuaçu
- 25) Fernando de Fáveri (MDB), de Cocal do Sul
- 26) Marcelo Baldissera (PL), de Ipira
- 27) Mario Afonso Woitexem (PSDB), de Pinhalzinho