STF adia para quarta-feira decisão sobre tornar Bolsonaro e aliados réus
Primeiro dia do julgamento rejeitou questionamentos da defesa e ouviu a Procuradoria-Geral da República

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta terça-feira (25), ao julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro e mais sete aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado. A sessão focou na leitura das acusações, na apresentação dos argumentos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e na defesa dos acusados, mas a decisão sobre a abertura da ação penal foi adiada para quarta-feira (26).
Se a denúncia for aceita, os oito acusados se tornarão réus e responderão a processo criminal na Corte.
O que aconteceu no primeiro dia?
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Relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, leu as acusações e apontou “ataques sucessivos à democracia”.
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Procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que Bolsonaro e aliados orquestraram um plano para desacreditar as eleições e preparar um golpe.
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Defesa dos acusados negou envolvimento e pediu anulação da denúncia, mas todos os questionamentos foram rejeitados pelo STF.
Acusados e crimes investigados
Entre os oito denunciados, além de Bolsonaro, estão ex-ministros e ex-militares:
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Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
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Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha)
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Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
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General Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
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Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
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Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
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Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)
A PGR aponta a participação dos acusados em cinco crimes:
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Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena de 4 a 8 anos)
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Golpe de Estado (pena de 4 a 12 anos)
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Organização criminosa (pena de 3 a 8 anos)
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Dano qualificado (pena de 6 meses a 3 anos)
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Deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos)
O que acontece agora?
Nesta quarta-feira (26), os ministros do STF analisarão o mérito da denúncia e decidirão se os acusados viram réus. O julgamento seguirá a seguinte ordem de votação:
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Alexandre de Moraes (relator)
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Flávio Dino
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Luiz Fux
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Cármen Lúcia
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Cristiano Zanin
Se a maioria aceitar a denúncia, o processo avança para a fase de ação penal, onde haverá coleta de provas e depoimentos.