
O Vale do Taquari confirmou um caso de meningite meningocócica em Santa Clara do Sul, envolvendo um bebê de sete meses com esquema vacinal completo. O paciente se recuperou após o tratamento, e a Secretaria de Saúde reforça o alerta preventivo diante dos surtos registrados no Estado.
Caso confirmado no Vale
A 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) confirmou a ocorrência de meningite do sorogrupo W em Santa Clara do Sul. O caso foi registrado na segunda semana de setembro, em um bebê de sete meses, que já havia recebido todas as vacinas previstas para a faixa etária.
Segundo a Secretaria de Saúde do município, o paciente recebeu tratamento imediato e apresentou boa recuperação clínica. A criança está fora de risco, e a família foi acompanhada continuamente pelas equipes de saúde.
Medidas de prevenção adotadas
Após o diagnóstico, foi aplicado o protocolo de quimioprofilaxia, que consiste na administração de medicação preventiva para evitar o contágio entre contatos próximos.
A medida foi aplicada em:
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Outras crianças com contato direto e prolongado
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Professores e cuidadores envolvidos
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Familiares que residem na mesma casa
“Por meio da notificação são desencadeadas as medidas de investigação e, quando indicado, estendidas a pessoas próximas, a fim de evitar uma cadeia de transmissão”, destacou a coordenadora Rafaela Fagundes.
Situação no Estado preocupa
A Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) confirmou dois surtos de meningite meningocócica:
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Bento Gonçalves (sorogrupo B)
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Pelotas (sorogrupo Y)
O documento emitido pela SES alerta para o risco de aumento no número de casos e orienta os municípios a reforçarem a vigilância, especialmente entre crianças e adolescentes.
Meningite: o que é e como identificar
A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas.
Segundo o pediatra João Paulo Weiand:
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As meningites virais são mais comuns e, geralmente, menos graves.
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Já a meningite bacteriana exige diagnóstico e tratamento urgente, devido ao alto risco de complicações.
O contágio ocorre por meio de secreções respiratórias, como tosse, fala e respiração, em ambientes fechados ou com contato próximo. O diagnóstico é feito por exame do líquido cerebrospinal, coletado por punção lombar.
Sintomas da doença
Em adultos e crianças:
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Febre alta repentina
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Dor de cabeça intensa
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Rigidez na nuca
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Náuseas e vômitos
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Manchas vermelhas ou roxas na pele
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Confusão mental
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Falta de apetite
Em bebês:
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Choro persistente
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Sonolência fora do normal
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Moleira abaulada
Vacinação e cobertura em queda
Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) apontam redução preocupante na cobertura vacinal em crianças de até um ano:
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2023: cobertura superior a 96%
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2025 (até junho): cerca de 82%
A vacinação é a principal forma de prevenção contra os tipos mais graves da doença.
Esquema vacinal disponível no SUS:
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3 e 5 meses: Vacina meningocócica C (1ª e 2ª doses)
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12 meses: Vacina meningocócica ACWY (reforço)
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11 a 14 anos: Vacina meningocócica ACWY (dose única)
A vacina meningocócica B está disponível apenas na rede privada de saúde.
Orientações para a população
A Secretaria da Saúde orienta que:
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Pais e responsáveis mantenham a carteira de vacinação atualizada
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Procurem atendimento imediato ao surgirem sintomas
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Em caso de confirmação, sigam todas as orientações médicas e sanitárias
As ações de vigilância seguem ativas em todo o Estado e também na região do Vale do Taquari, onde o caso confirmado reforça a atenção das autoridades locais.