
Um homem de 54 anos, fisicamente ativo e sem vícios, sofreu um acidente vascular cerebral após consumir oito energéticos por dia para se manter alerta no trabalho. O caso foi registrado no Reino Unido e publicado em revista médica nesta semana.
Alta pressão e sintomas inesperados
Mesmo sendo corredor e sem histórico de doenças, o britânico apresentou fraqueza no lado esquerdo, dormência e dificuldade para caminhar e falar, sendo levado às pressas a um centro especializado em AVC.
Na triagem, a pressão arterial chegou a 254 por 150 mmHg, considerada uma crise médica. O diagnóstico apontou um derrame no tálamo, área profunda do cérebro.
Causa identificada após semanas de investigação
Durante o tratamento, que incluiu cinco medicamentos anti-hipertensivos, a equipe médica não encontrava explicações para a persistência da pressão alta. A causa veio à tona apenas semanas depois, quando o paciente revelou o hábito diário de consumir oito energéticos com 160 mg de cafeína cada — totalizando até 1.300 mg por dia, mais que o triplo do limite recomendado.
Apenas após interromper o consumo, a pressão voltou ao normal. O homem sobreviveu, mas segue com sequelas permanentes, como dormência em membros.
Riscos combinados de cafeína e outros compostos
Segundo os médicos, o perigo não vem só da cafeína, mas também da taurina, açúcar, guaraná e outros estimulantes presentes nas bebidas, que podem:
• Aumentar a pressão arterial
• Causar arritmias cardíacas
• Danificar vasos sanguíneos
• Favorecer formação de coágulos
Estudos já relacionaram energéticos a hemorragias cerebrais e fibrilação atrial, e o caso reforça o alerta para o consumo em excesso, especialmente entre jovens.
Proposta de mais controle
Diante dos riscos, os autores do estudo defendem maior regulamentação das bebidas energéticas, sobretudo em relação à publicidade voltada ao público jovem.






