O Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST) qualificou, recentemente, o trabalho que já vinha sendo realizado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Neste ano, a Comissão passou a contar com a médica infectologista, Dra. Manoela Vaucher, e a enfermeira Eliane Rodrigues da Silva. As profissionais são responsáveis por organizar e realizar as orientações da CCIH, por meio de treinamentos e reuniões para todos os profissionais que atuam dentro do hospital, desde médicos, técnicos e enfermeiros, farmacêuticos, equipes de higienização e cozinha e até setores administrativos.
O principal foco da Comissão é combater e prevenir a infecção hospitalar, ou seja, toda infecção adquirida após a admissão do paciente, que se manifeste durante a internação ou até mesmo após a alta, quando relacionada com a hospitalização. “O problema de resistência a antibióticos é preocupante, uma vez que infecções hospitalares podem levar à morte. É fundamental ter uma comissão de controle de infecção hospitalar, pois é por meio dela que planejamos ações para manter o monitoramento das infecções em todas as áreas do ambiente hospitalar”, explica a médica. “Por meio da CCIH realizamos capacitações das equipes e aplicamos ações de prevenção e controle, gerando indicadores, diminuindo e orientando sobre o uso adequ ado de antibióticos”.
Para que a prevenção e o controle de infecções ocorram, algumas medidas de prevenção são necessárias, entre elas, a correta higienização das mãos, pois esta é a principal via de transmissão de microrganismos, o uso adequado dos equipamentos de proteção individual (EPI), a limpeza e a desinfecção de materiais e do ambiente. “A principal porta de entrada das infecções é o contato entre paciente e profissionais por meio das mãos e objetos e, por isso, é fundamental que algumas ações sejam implementadas e continuamente reforçadas para que infecções sejam evitadas”, afirma a Dra. Manoela.
A CCIH também é responsável por controlar qualquer caso suspeito ou confirmado de infecção. “Constantemente realizamos ações educativas para a saúde dos pacientes internados. Em caso de paciente com infecção por bactéria multirresistente (aquela resistente à ação de vários antibióticos) é realizado o isolamento de contato durante a internação. Os pacientes que estiveram em outras Instituições de Saúde e Casas Geriátricas por mais de 48 horas também ficam em isolamento enquanto é aguardado o resultado dos exames”, diz a médica. “Além disso, temos um controle pelo cadastro dos pacientes, o qual nos sinaliza caso um paciente que teve infecção por bactéria multirresistente retorne ao hospital, necessitando então de isolamento novamente”.
A médica detalha ainda que, após a internação no Hospital, é feita a busca ativa com pacientes que realizam alguns procedimentos no bloco cirúrgico e há o controle dos pacientes com risco de infecção após a alta hospitalar. “Implantamos, recentemente, um número de Whatsapp em que realizamos o contato direto com pacientes que realizaram alguns procedimentos específicos no bloco cirúrgico (como cirurgias de hérnias, plásticas, cesarianas) em que não são esperados que os pacientes apresentem algum tipo de infecção após a alta. Depois desse contato, também geramos indicadores para avaliação”, diz.
A enfermeira Eliane avalia que o trabalho tem sido positivo. “A atuação da CCIH está sendo bem recebida pelos colegas e profissionais do Hospital. O nosso foco é orientar e auxiliar os profissionais sobre a importância da prevenção de infecções, alavancando a qualidade da assistência ao paciente nos níveis de promoção, proteção, recuperação e reabilitação”, destaca.
A médica complementa que o trabalho é contínuo com todos os profissionais do Hospital, principalmente, os que têm contato direto ou indireto com os pacientes. “A CCIH é importante tanto para a prevenção dos pacientes, quanto dos profissionais. Nestes meses de atividades estamos bem satisfeitos com os indicadores que temos alcançados, que mostram que a equipe é receptiva e atuante no combate às infecções”, acrescenta a Dra. Manoela.
A CCIH reúne-se periodicamente para analisar os indicadores, a natureza e a quantidade de infecções, bem como programar novas ações.