
A prevalência de obesidade entre gestantes no Brasil aumentou de forma consistente entre 2008 e 2022, passando de 13,3% para 29,9% entre mulheres adultas e de 4,5% para 10,4% entre adolescentes. O levantamento também indica que cerca de 90% das grávidas relataram consumo diário de pelo menos um alimento ultraprocessado.
Crescimento acelerado da obesidade
O estudo analisou mais de 6,5 milhões de registros do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), incluindo peso, altura e informações de consumo alimentar. A taxa média anual de crescimento da obesidade ficou em 5,2% entre gestantes adultas e 5,9% entre adolescentes.
- Gestantes adultas: de 13,3% para 29,9%
- Gestantes adolescentes: de 4,5% para 10,4%
- Taxa média anual de crescimento: até 5,9%
Consumo diário de ultraprocessados
O levantamento apontou que cerca de 90% das gestantes consumiram pelo menos um alimento ultraprocessado — como salgadinhos, biscoitos recheados, macarrão instantâneo ou bebidas açucaradas — no dia anterior à coleta dos dados. Esse índice é muito superior ao observado na população adulta em geral no país.
Entre adolescentes gestantes, o consumo de hambúrgueres e embutidos cresceu cerca de 4,6% ao ano. Já o consumo de bebidas adoçadas apresentou queda aproximada de 1% ao ano, com redução ainda maior nas regiões Norte e Nordeste.
Diferenças regionais no padrão alimentar
A região Nordeste apresentou os maiores registros de consumo de ultraprocessados entre gestantes adultas. O estudo também observou que práticas alimentares inadequadas se distribuem de forma distinta pelo país, refletindo hábitos culturais, renda e oferta de alimentos in natura.
- Nordeste: maior consumo de ultraprocessados entre adultas
- Adolescentes: aumento anual expressivo no consumo de embutidos
- Norte: maior redução no consumo de bebidas adoçadas
Impactos e necessidade de monitoramento
Segundo os pesquisadores, o avanço simultâneo da obesidade e do consumo frequente de ultraprocessados indica necessidade de reforço nas ações de vigilância alimentar e nutricional, especialmente para gestantes em situação de maior vulnerabilidade.






