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Tarifas dos EUA podem encarecer produtos médicos e afetar o SUS

As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, que entram em vigor a partir de 1º de agosto, podem impactar diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS) ao encarecer dispositivos médicos importados e comprometer o abastecimento de hospitais públicos e Santas Casas.

O alerta é da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo). Segundo o CEO da entidade, Paulo Henrique Fraccaro, entre 50% e 60% dos dispositivos médicos importados dos EUA abastecem diretamente a rede pública de saúde, incluindo o SUS e instituições filantrópicas. Em 2024, o Brasil importou US$ 1,6 bilhão em produtos médicos norte-americanos.

“Caso o Brasil adote a reciprocidade, o maior impacto será no SUS e nas Santas Casas. Os custos dos produtos poderão aumentar em até 30%, e quem terá que pagar essa conta são os hospitais públicos”, afirmou Fraccaro.

De acordo com o setor, a substituição por fornecedores de outros países não é simples, já que produtos médicos exigem regulamentações específicas e assistência técnica local. Fraccaro lembrou que, durante a pandemia, a pressa em importar insumos resultou na chegada de muitos produtos inadequados, e reforçou a necessidade de evitar que a situação se repita.

A Abimo também alerta que uma eventual resposta do Brasil com a Lei de Reciprocidade Econômica, aplicando tarifas semelhantes às impostas pelos EUA, agravaria ainda mais o cenário. Isso poderia elevar os custos para hospitais públicos e criar risco de desabastecimento de itens essenciais.

Os dispositivos importados incluem desde luvas e seringas até equipamentos de alta complexidade, como monitores, desfibriladores e sistemas de imagem hospitalar. Muitos desses itens não possuem substitutos imediatos no mercado nacional, o que torna o impacto potencial ainda mais preocupante para o sistema de saúde brasileiro.

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