DestaquesSaúde

Vacina experimental contra HIV gera anticorpos em 80% dos testados

Imunizante com tecnologia de RNA mensageiro teve bons resultados em ensaio clínico de fase 1 com 108 voluntários

Uma vacina experimental contra o HIV, desenvolvida com tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), apresentou resposta positiva em 80% dos participantes de um ensaio clínico de fase 1. Os dados foram publicados na revista Science Translational Medicine nesta quarta-feira (30).

O imunizante é fruto de anos de pesquisa sobre formas de induzir anticorpos neutralizantes contra o vírus, um dos principais desafios do combate ao HIV. Essa taxa de eficácia é considerada alta em comparação com tentativas anteriores.

Como funciona a vacina

A formulação utiliza RNA mensageiro sintético, que orienta as células humanas a produzir uma proteína do vírus. Essa proteína, por sua vez, é reconhecida pelo organismo como invasora, estimulando o sistema imune a reagir com anticorpos e células de defesa.

O mRNA é eliminado do corpo após cumprir sua função e não altera o DNA das células, nem entra no núcleo celular. A produção desse tipo de vacina costuma ser mais rápida e de menor custo, segundo os cientistas envolvidos.

Estrutura do HIV dificulta avanço

Um dos obstáculos enfrentados no desenvolvimento de vacinas contra o HIV é o chamado trímero do envelope viral, proteína da superfície do vírus que frequentemente leva à produção de anticorpos ineficazes.

Para contornar esse problema, os pesquisadores testaram duas versões da vacina:

  • Uma com proteína solúvel, modelo tradicional

  • Outra com a proteína ancorada à membrana celular, imitando de forma mais fiel o vírus real

Nos testes com animais (coelhos e macacos), a versão ligada à membrana teve melhor desempenho. A etapa seguinte foi o ensaio com 108 voluntários humanos, que receberam três doses do imunizante e foram acompanhados quanto à segurança e à resposta imunológica.

Próximos passos

Os resultados obtidos na fase 1 são promissores, mas os pesquisadores reforçam que novas etapas clínicas ainda são necessárias para validar a eficácia e segurança da vacina em larga escala. O HIV continua sendo um dos vírus mais desafiadores para a ciência, devido à sua alta capacidade de mutação e evasão do sistema imunológico.

Publicidade

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo
Fale conosco!