Depois de dois anos de produção e dedicação à pesquisa da imigração haitiana na região do Vale do Taquari, os produtores do curta-metragem Drapo A, subiram ao palco do Festival de Cinema de Gramado no domingo 14 de agosto para receber premiação. O grupo levou o troféu na categoria de Melhor Produção Executiva e Menção Honrosa surpresa atribuída pelo júri “pelo desafio da realização e pela força cênica de Clao Brigile (atriz principal)”.
Além do incentivo local, com locações como a Casa de Cultura de Encantado, o projeto contou com o financiamento da Lei Aldir Blanc, através de um edital lançado pela Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul.
“Estamos muito felizes em receber os dois prêmios. O de produção não fica isolado só a mim, foi um projeto muito coletivo. A menção honrosa foi um fechamento, mostrando a valorização do trabalho da Clao como atriz e provando que os haitianos que vivem no Vale têm muito potencial para muitas outras áreas. Tendo as oportunidades e espaço, são um talento que já passou da hora da gente valorizar de muitas outras formas.”, agradece o diretor e produtor de cinema, Henrique Lahude.
Sobre o filme
O nome do filme – “Drapo A” / A bandeira, no idioma crioulo – faz jus à importância que a bandeira tem para os haitianos, sendo um grande símbolo da independência, conquistada em 1804. Apresentando situações contemporâneas e também tradições ancestrais, através da música e da representação de personagens históricos, o curta-metragem mostra a interligação dos tempos presente e passado na história do Haiti – a primeira república negra do mundo. São 19 minutos de
duração e o idioma original é o Creole Haitiano, com legendas em Português.
Exibição ao público
Lahude, ao lado do amigo e produtor haitiano, Alix Georges, pesquisa e registra a diáspora haitiana no Rio Grande do Sul desde 2017. Drapo A é o segundo filme da dupla e, devido ao ineditismo exigido para novas participações em festivais, esta obra ainda não pode ser exibida ao público.
Porém, atendendo ao pedido do público e ao convite da Prefeitura Municipal de Encantado, os produtores do filme estarão presentes na programação de 30 anos da Casa de Cultura de Encantado – a qual leva o nome do avô de Lahude, Dr. Pedro José Lahude (in memoriam), um grande incentivador da cultura no município.
Na sexta-feira dia 19 de agosto, será exibido o filme – Fè Mye Talè (2018). Também de produção da dupla, este foi o primeiro curta-metragem produzido a partir da temática da imigração haitiana na região. A obra participou em mais de 15 festivais, mostras e congressos, recebendo prêmios de melhor direção e trilha sonora.
O evento na sexta-feira é gratuito e inicia às 20 horas, na Rua Júlio de Castilhos, 1448, Encantado. Todos estão convidados a participar.