#PáginaTrês | Brasil de volta ao cenário político internacional?
Coluna do dia 20/01/2023
FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL, NA SUÍÇA
Brasil de volta ao cenário político internacional?
Ministro do boicote
O Ministro Fazenda Fernando Haddad confessou, com todas as letras, para o mundo inteiro ouvir, que boicota empresas por questões ideológicas. “No Brasil, em função do engajamento de algumas empresas
com o governo extremista que foi derrotado, muita gente deixou de consumir os produtos dessas empresas no Brasil”, declarou Haddad.
“Eu mesmo sou um que não consumo sem prestar atenção em qual produto estou adquirindo. Não compro nem um palito de fósforo de uma empresa que não tenha compromisso com as minhas questões.”
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
Essa foi a fala de um ministro da Fazenda, cujo serviço é encontrar soluções e fomentar a economia, incentivando o crescimento das empresas. As falas podem gerar desemprego e recessão. Imagine o que acontece com a confiança do investidor estrangeiro ouvindo essa barbaridade da boca do ministro. Quando a barbaridade partiu “do outro lado”, era fascismo. Agora é o quê? Boicote do bem?
120 milhões com fome
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil tem 120 milhões de pessoas passando fome. Isso é mais da metade da população do País. A declaração foi proferida na terça-feira. Ela usou um dado da pesquisa “Efeitos da pandemia na alimentação e segurança alimentar no Brasil”, divulgada em abril de 2020. Só esqueceu de pontuar que esse número de 125,6 milhões é de pessoas não teriam “nutrição em quantidade e qualidade ideais”.
PASSOU O CHAPÉU
Ainda em Davos, Marina Silva passou o chapéu e cobrou dos países ricos uma doação de cerca de R$ 500 bilhões para a proteção ambiental. Brasil de volta ao cenário
político internacional?
Não querem CPI
Lula, sobre CPI para investigar atos de vandalismo de 8 de janeiro:
“É uma decisão do Congresso, não é minha. Se me pedissem um conselho, eu diria: não façam porque não vai ajudar“. O petista também afirmou que os invasores adentraram o Palácio do Planalto “não quebraram para entrar, entraram porque alguém abriu a porta”.
O líder do PT na Câmara e filho de Zé Dirceu, Zeca Dirceu, também tem pregado cautela com a abertura de uma CPI.
O golpe do golpe
O site institucional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), do governo federal, comandada pelo gaúcho Paulo Pimenta, “institucionalizou” o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 como um golpe. Em um texto de apresentação publicado, a estatal faz referência ao impeachment como “golpe de 2016.”
Uma fake news produzida por um órgão de governo e um ataque às instituições, já que Dilma foi cassada pelo Congresso sob a supervisão do STF.
Lei das Estatais
Sergundo o jornal Valor Econômico, um substitutivo para a Lei das Estatais está sendo redigido pelo Governo Lula para flexibilizar requisitos e nomear políticos para cargos executivos e participação remunerada nos conselhos de administração. Com a alteração das regras, Lula poderia nomear quase 600 aliados nas estatais do país, por indicação política.
Novo piso dos professores
O Ministro da Educação anunciou que o piso salarial dos professores terá aumento de 15% em 2023, para R$ 4.420. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) orientou cautela aos gestores municipais, alegando não haver base legal para tal aumento. O mesmo ocorreu no início do ano passado, quando o antigo governo
concedeu 33,24% de aumento. Historicamente, a categoria sempre foi subvalorizada. É bom que profissionais de tamanha importância sejam valorizados
Desinformar para controlar
O livro “Cale-se: quem controla opiniões controla mentes”, do americano Michael Knowles, discorre sobre o politicamente correto e o poder que a deturpação da linguagem tem para recriar a realidade.
“Baseia-se no eufemismo, uso de palavras de cunho suave para atenuar realidades duras”. Exemplo: “fraude” vira “inconsistência”, “aborto” é “interrupção da gravidez”, “jovens criminosos” viram “menores infratores”, e por aí vai. É bom ficar de olho.
A verdade que é mentira
Circula nas redes sociais uma mensagem intitulada “A verdade sobre o imposto de renda”, que alega que o presidente Lula não poderia cumprir sua promessa de campanha e reduzir a cobrança devido ao princípio da anualidade. É falso. Na verdade, a regra proíbe o aumento do IR (e outros impostos) no mesmo ano, mas, para reduzir o imposto, não existe essa restrição. Talvez seja porque a turma só entenda de aumentar impostos.
Mudaram de ideia
O Brasil abandonou nesta semana a aliança internacional antiaborto conhecida como Consenso de Genebra, um documento assinado em 2020 pelo Governo Bolsonaro. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores apontou que o acordo apresentava “entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família” e que poderia “comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria”.
Os EUA também saíram do acordo logo após a chegada de Joe Biden ao poder. Por lá, nesta semana, a cidade de Nova Iorque passou a oferecer gratuitamente pílulas abortivas. É importante lembrar que a legislação americana é diferente da brasileira, mas os ideais dos governos federais são os mesmos.
MINISTÉRIO DA VERDADE
É importante lembrar que o TSE proibiu a “direita” de falar sobre a questão do aborto durante a campanha eleitoral. O próprio Lula chegou a dizer que as afirmações eram mentira e que “quase ninguém é a favor do aborto”.
REAÇÃO
“A Igreja Católica não é a favor do aborto! Não é, nunca foi e nunca será a favor do aborto.” – Cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.
Cortes
Foi anunciado um veto de R$ 4,3 bilhões para instituições de pesquisa. E desbloqueado R$ 1 bilhão da Lei Rouanet. Menos uma narrativa?