Um grupo de agricultores de Doutor Ricardo concluiu na última sexta-feira (18/08) o segundo módulo de um curso de Boas Práticas Agrícolas para a Erva-Mate.
Organizado pela Emater/RS-Ascar em parceria com a Prefeitura, a qualificação de 16 horas-aula visa a capacitar os produtores para que obtenham mais qualidade e uma maior produtividade no cultivo da erva-mate, com consequente redução de custos.
“Com atividades teóricas e práticas a ação busca ainda aprimorar a matéria-prima destinada à indústria”, explica o extensionista da Emater/RS-Ascar Paulo Severgnini.
Severgnini salienta que o número de agricultores que investem em ervais tem aumentado nos últimos anos – o que também tem a ver com uma política pública da Prefeitura, que repassa 30% do valor para a aquisição das mudas para a implantação de ervais novos ou em reposição.
“Atualmente são mais de cem agricultores, muitos com novas áreas adotadas, sendo importante esse olhar pros diversos aspectos da cadeia produtiva, que vão desde a escolha da muda, passando pelo manejo e por questões ambientais, até chegar ao pós-colheita”, frisa o extensionista.
O secretário da Agricultura e do Meio Ambiente Ismael Potrich observa que a contrapartida dos produtores para que recebam o incentivo é justamente a participação em cursos de qualificação.
“Vínhamos percebendo um certo descuido, especialmente com o solo mal manejado ou mal adubado e começamos a refletir sobre os caminhos para a obtenção da máxima produtividade das plantas”, pondera Potrich.
Em sua análise, todos saem ganhando – do agricultor que vê as suas práticas melhoraram ao consumidor que, lá no final, terá acesso a um produto de mais qualidade.
Nesse sentido, as capacitações envolvem todos os aspectos da cadeia produtiva. “Neste dia estamos visitando duas propriedades (dos agricultores Volnei Cima e Zaquiel Roveda), para que os participantes possam observar na prática as formas corretas de se fazer as podas”, destaca o extensionista da Emater/RS-Ascar Cezar Burille.
Durante os dois dias de atividade outros temas, como, controle de pragas e doenças, custos de produção, utilização de plantas de cobertura, fertilização e adubação, transporte e colheita entre outros, também são discutidos.
“É uma qualificação bastante ampla em que assuntos como segurança e saúde do trabalhador, rastreabilidade, gestão e outros também são trabalhados”, pontua Burille, que lembra ainda o esforço da Região Alta do Vale do Taquari no sentido de obter o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) de Denominação de Origem para a Erva-Mate – um trabalho amplo, que conta com o apoio de diversas entidades e que passa justamente por estas capacitações.
“Estamos falando de um importante alimento que faz parte do nosso dia a dia, da nossa cultura, sendo fundamental a busca de um padrão de qualidade”, comenta o extensionista.
Presentes na atividade, os agricultores João e Marcelo Dezordi – pai e filho – estão justamente iniciando na atividade já que, pouco mais de dois anos atrás, adquiriram uma área de terras no município para implantação de cinco mil pés da planta, com o apoio do programa da Prefeitura.
“A gente quis iniciar justamente fazendo de forma correta, compreendendo o que é uma boa muda, quais os manejos”, avalia Marcelo, que cresceu em uma família de fumicultores.
“Sabemos que mercado tem, especialmente pelas outras possibilidades de uso da erva-mate”, resume João.