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Dia do médico: entrevistamos o médico mais antigo em atividade em Encantado

O caxiense Clovis Luis Balbinot nasceu em 1935, e se formou em medicina pela UFRGS em 1959. Dois anos depois, em 1961, foi convidado por Pedro Lahude para ser médico em Encantado.

Quando eu cheguei aqui fazia um pouco de tudo, não tinha médicos especialistas, mas dentre todas as atividades as que eu mais gostava era cirurgia, fiz muitas de úlcera do estômago, cesárea, hérnia.

Com 26 anos comecei a atuar na cidade, já era casado com a Miriam e já tinha um filho, o Rogério. Depois, já morando aqui, nasceram a Cinara, o Geraldo e a Marila.

Sempre exerci minha profissão com serenidade. Acredito que essa tenha sido a receita para ter conseguido atuar por muitos anos e vencer na profissão. Naquela época era apenas eu de médico, o Dr Anner, que atuava no hospital, e o Dr. Darci Conceição, que exercia a profissão em um consultório em frente a antiga Farmácia Berté.

Eu e o Dr. Darci também atendíamos no hospital. Não havia aparelhos de ecografia, de tomografia e uma série de exames que são feitos hoje. A medicina evolui como todas as coisas da vida, foram surgindo aparelhos novos, os médicos começaram a se especializar em áreas que se sentem mais seguros. O hospital evoluiu e o corpo clínico também.

Hoje o Dr. Clovis tem 84 anos e faz cinco que não frequenta mais o hospital.

Me mantive na linha de frente até os 79 anos, depois não tive mais coragem. A profissão de médico é difícil, você lida com o que há de mais importante, a vida das pessoas, e não se pode errar isso não é fácil.

Além de atender as pessoas, o Dr. Clovis pautou sua vida como médico perito do INSS.

Criei um sustentáculo para minha aposentadoria. FFui por 27 anos chefe da unidade sanitária e médico perito do INSS, e hoje não dependo do consultório, mas ainda atendo como médico do trabalho.

Entre as histórias nesses mais de 60 anos de profissão, Dr. Clóvis destaca duas.

Uma paciente chegou no consultório com ventre enorme, ela deu a luz a um bebê de 6,5 quilos. Trinta anos depois entrou num consultório um homem e me disse que o seu nome também era Clovis em homenagem a mim pois atendi sua mãe que teve um bebê enorme.

Em outro momento atendi uma mulher com mais de 50 anos, não tinha aparelho de ecografia na época, diagnostiquei que ela estava com câncer no útero, mas quando abri ela estava grávida, então fechamos e alguns meses depois ele nasceu. O filho dela sempre diz quando me encontra que eu operei a mãe dele achando que era tumor, mas era gravidez.

A matéria foi publicada na edição impressa do Jornal Força do Vale, veiculada na sexta-feira, 16 de outubro de 2020.

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