Na sessão da Câmara de Vereadores de Roca Sales desta segunda-feira (27), dezenas de munícipes e servidores estiveram presentes para ouvir as demandas dos parlamentares da Casa. Entre os assuntos em pauta no Legislativo estavam as doações perdidas devido à recente inundação e o retorno de um servidor detido por peculato.
Diversos itens doados, como colchões, móveis, fogões a gás e outros materiais destinados à comunidade afetada pela enchente de setembro, sofreram danos durante a última cheia. Moradores presentes na sessão questionaram a ausência do prefeito e pediram explicações sobre a situação das doações e as ações tomadas diante da inundação.
Tribuna:
O vereador Gilvani Bronca propôs que seja quebrado o sigilo telefônico do prefeito, vice-prefeito, CCs e servidores municipais para verificar se houve alguma irregularidade durante as enchentes. “É necessário esclarecer se há alguém de má índole”, mencionou. Bronca ainda acrescentou que ouviu muitas pessoas dizerem que têm vergonha de morar em Roca Sales, mas que ele não tem. “Algumas pessoas sim nos envergonham.”
Henrique Pivatto abordou as doações perdidas na enchente de novembro. “É uma sequência de erros grotescos. Eu não sabia desses depósitos, pois as doações deveriam estar na casa da população.” O vereador também destacou que a prefeitura está à beira de um colapso financeiro.
Antônio Valesan afirmou ter vergonha de ser vereador no atual cenário político e questionou o retorno do servidor que foi preso por peculato. “Vamos montar uma denúncia para averiguar quem errou”, declarou referindo-se às doações perdidas.
O parlamentar Nelson Vasconcelos pediu a instauração de uma CPI para investigar e também afirmou que uma comissão será montada. “Não sou de bajular o prefeito. Vou procurar o jurídico para fazer o correto. Não compactuarei com essa situação. A CPI será realizada”, declarou.
Saiba mais:
CPI é a sigla para Comissão Parlamentar de Inquérito. É um instrumento utilizado pelo Poder Legislativo (seja no nível federal, estadual ou municipal) para investigar, apurar e analisar minuciosamente fatos determinados que sejam relevantes para a sociedade. As CPIs têm poderes equiparados aos judiciais, podendo convocar pessoas para prestar depoimentos, requisitar documentos e realizar investigações a fim de esclarecer questões específicas relacionadas a eventuais irregularidades, corrupção ou outros assuntos de interesse público.
Nada oficializado:
De acordo com o jurídico da Câmara de Vereadores, até a noite de segunda-feira não havia nada oficializado. Somente será manifestado ou encaminhado após algum cidadão ou vereador formalizar a eventual denúncia.